Lula manda para fora os Puxa-Sacos e o planalto vira salão de demissões

Foto: Marcelo Camargo Agência Brasil
O Planalto abriu ontem uma rodada de demissões que mais parece um recado em caixa alta para quem vira as costas ao governo perde a indicação, e o recado saiu com a assinatura presidencial e o carimbo da nova faxina institucional. A exoneração de indicados ligados a deputados que votaram contra a medida provisória 1303 não foi gesto de retaliação vazia, mas a tentativa do Palácio de recompor lealdades e retomar o controle da agenda governamental no Congresso.

A articulação da ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, com aval de Lula, ganhou forma e objetivo claros que é o de redistribuir cargos para quem de fato soma, não para quem opera oportunismo parlamentar. A movimentação, afirmam interlocutores próximos ao governo, é ajuste necessário para blindar políticas públicas e evitar que a máquina federal seja instrumento de barganha de quem sabota votações essenciais.

A leitura política é direta quando mostra que o Centrão manteve centenas de indicações mesmo quando se mostrava infiel, e o recado do Executivo busca restaurar coerência entre voto e indicação, recolocando no mapa de poder quem realmente sustenta as prioridades do país. No curto prazo, a troca de nomes deve trazer tranquilidade para pautas econômicas e sociais que o governo considera prioritárias, ao mesmo tempo em que sinaliza firmeza institucional — e isso tem custo político, mas também grande ganho em previsibilidade para a gestão presidencial.

Do ponto de vista público, a ação reforça uma narrativa que o Palácio quer fortificar, a liderança que não negocia princípios e que corrige rumos quando necessário. Para aliados do PT, é imagem de comando e seriedade, elemento de confiança num momento em que decisões econômicas e sociais exigem coalizão, mas não submissão a acordos que minam o interesse público.

Resta agora ao governo transformar a tensão em governabilidade estável, com novas alianças baseadas em compromisso com as reformas e programas sociais. Se a mensagem que sai do Planalto se traduzir em nomes que trabalham por propostas concretas e não por balcão de negócios, o movimento será lembrado como a faxina que devolveu prioridade ao interesse público. e como sinal de que Lula prefere lealdade à obediência cega.

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