Segundo a PF, a investigação mira uma organização criminosa suspeita de fraudes em licitações, desvio de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro. Documentos, veículos de alto padrão e equipamentos eletrônicos foram recolhidos. O deputado, que declarou mais de R$ 7 milhões em bens, nega envolvimento, mas a apreensão de seu aparelho é vista como peça-chave para rastrear conversas e transações financeiras que podem comprometer sua defesa.
A operação contou com apoio da Controladoria-Geral da União
(CGU) e da Receita Federal, reforçando o caráter de cruzamento de dados fiscais
e patrimoniais. Fontes ligadas à investigação afirmam que o esquema teria
ramificações em contratos de obras públicas e fornecimento de serviços em
municípios do interior baiano.
Enquanto a cena política local é sacudida pelo escândalo, o
governo estadual, liderado por Jerônimo Rodrigues (PT), reforça o discurso de
que a Bahia precisa de transparência e responsabilidade no uso do dinheiro
público. O governador, que tem pautado sua gestão em programas sociais e
investimentos em educação e infraestrutura, ganha fôlego político ao se manter
distante de figuras envolvidas em denúncias de corrupção.
O episódio também expõe o contraste entre dois projetos
políticos em disputa no estado, de um lado, parlamentares ligados a práticas
suspeitas e alianças obscuras, de outro, a defesa de uma gestão voltada para
políticas públicas e fortalecimento institucional. Para aliados do PT, a ação
da PF é mais uma prova de que a sociedade exige ruptura com velhas práticas e
que a Bahia não pode ser refém de esquemas que drenam recursos da
população.
A repercussão deve se intensificar nos próximos dias, com
expectativa de novos desdobramentos da Overclean. Enquanto isso, o eleitor
baiano observa, entre indignação e descrença, mais um capítulo da crônica
política marcada por escândalos, mas também pela esperança de que a limpeza,
desta vez, seja para valer.
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