PF pega celular de luxo de deputado em aeroporto e escancara podridão milionária

Na terça-feira (14) amanheceu com mais um capítulo da já ruidosa Operação Overclean, deflagrada pela Polícia Federal. O alvo da vez foi o deputado federal Dal Barreto (União Brasil), surpreendido no Aeroporto Internacional de Salvador, onde agentes apreenderam seu celular pessoal. A ação, autorizada pelo Supremo Tribunal Federal, também incluiu buscas em uma casa de luxo e em um posto de combustíveis ligados ao parlamentar, ambos em Amargosa, sua cidade natal.

Segundo a PF, a investigação mira uma organização criminosa suspeita de fraudes em licitações, desvio de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro. Documentos, veículos de alto padrão e equipamentos eletrônicos foram recolhidos. O deputado, que declarou mais de R$ 7 milhões em bens, nega envolvimento, mas a apreensão de seu aparelho é vista como peça-chave para rastrear conversas e transações financeiras que podem comprometer sua defesa.

A operação contou com apoio da Controladoria-Geral da União (CGU) e da Receita Federal, reforçando o caráter de cruzamento de dados fiscais e patrimoniais. Fontes ligadas à investigação afirmam que o esquema teria ramificações em contratos de obras públicas e fornecimento de serviços em municípios do interior baiano.

Enquanto a cena política local é sacudida pelo escândalo, o governo estadual, liderado por Jerônimo Rodrigues (PT), reforça o discurso de que a Bahia precisa de transparência e responsabilidade no uso do dinheiro público. O governador, que tem pautado sua gestão em programas sociais e investimentos em educação e infraestrutura, ganha fôlego político ao se manter distante de figuras envolvidas em denúncias de corrupção.

O episódio também expõe o contraste entre dois projetos políticos em disputa no estado, de um lado, parlamentares ligados a práticas suspeitas e alianças obscuras, de outro, a defesa de uma gestão voltada para políticas públicas e fortalecimento institucional. Para aliados do PT, a ação da PF é mais uma prova de que a sociedade exige ruptura com velhas práticas e que a Bahia não pode ser refém de esquemas que drenam recursos da população. 

A repercussão deve se intensificar nos próximos dias, com expectativa de novos desdobramentos da Overclean. Enquanto isso, o eleitor baiano observa, entre indignação e descrença, mais um capítulo da crônica política marcada por escândalos, mas também pela esperança de que a limpeza, desta vez, seja para valer.

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