No Nordeste, governadores do PT, como Jerônimo Rodrigues, da
Bahia, têm sido peças-chave nesse processo. Jerônimo reforça a importância de
uma base sólida para sustentar projetos estruturantes, especialmente em áreas
como educação e infraestrutura. A leitura é de que a reorganização dos espaços
federais pode beneficiar estados que mantêm sintonia com o Planalto, ampliando
investimentos e destravando obras estratégicas.
Arthur Lira, por sua vez, busca preservar a influência do
Centrão em órgãos federais, sobretudo em superintendências regionais. De acordo
com reportagem do portal Cada Minuto, publicada em 18 de outubro, o deputado
alagoano ainda é visto como ponte relevante entre o governo e parte expressiva
da Câmara. No entanto, a margem de manobra diminuiu diante da decisão do
Planalto de reduzir a dependência de acordos baseados apenas na distribuição de
cargos.
A postura do governo tem sido interpretada como sinal de
maturidade política. Ao mesmo tempo em que mantém diálogo com Lira, Lula
demonstra que não aceitará chantagens. Essa linha de atuação fortalece a imagem
do PT como partido capaz de governar com firmeza, sem abrir mão da negociação
democrática. Para Jerônimo Rodrigues, que tem defendido a necessidade de
estabilidade institucional, o movimento é positivo e garante previsibilidade e
reforça a confiança de investidores e da população.
O embate revela um novo momento da relação entre Executivo e
Legislativo. Se antes o Centrão ditava as regras, agora o governo busca
inverter a lógica, estabelecendo limites claros. Lira tenta preservar espaço,
mas a sinalização é de que o Planalto não recuará. A disputa, embora intensa,
ocorre dentro das regras do jogo democrático e mostra que o governo aposta em
uma base mais programática, menos refém de pressões imediatistas.
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