Valmir exalta MST e diz que é preciso disciplina para continuar a luta pela terra no Brasil.

 
As comemorações dos 30 anos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) seguem, até o domingo (10), com diferentes atividades culturais, feira de agropecuária e mesas de debates com dirigentes do movimento e políticos. Nesta sexta-feira (8), depois de participarem da abertura oficial na última quinta (7), os representantes do MST Jaime Amorim, Vera Lúcia Barbosa e o deputado federal Valmir Assunção (PT-BA) fizeram um breve relato sobre a luta por terra na região extremo sul da Bahia, principalmente a respeito de Itamaraju, local onde acontece o festejo, e Alcobaça – que foi palco da primeira ocupação do MST. Trata-se do Assentamento 40/45, que recebeu um show do forrozeiro Targino Gondim e bandas locais. Em sua fala, Assunção definiu a Bahia como um laboratório de diversas experiências de resistência, mobilização em massa, trabalho coletivo e de elaboração políticas na teoria e prática, para o nordeste e para o país.

“O MST no Sul do país tinha uma experiência coletiva, nós aqui no Nordeste não, nós fomos a porta de entrada no Nordeste. O nosso método de organização estava dividido por território para acompanhar as regiões, fazer o trabalho de base, o grupo motor, tudo isso ajudava os dirigentes a se capacitar. O movimento surge com um aspecto também que é fundamental, a disciplina, para seguir os métodos de organização, os princípios, para ser solidário com os companheiros, para o estudo”, salienta o petista representante do movimento no Congresso Nacional. Valmir completa a explanação com uma análise do movimento e destaca o que será feito para o próximo período. “Nós do movimento somos o que somos primeiro pela decisão e determinação da direção e militância do MST. Mas somos o que somos também, porque nós tivemos capacidade ao longo da história de nos relacionar com diversos segmentos da sociedade, sindicatos, igreja, intelectuais, dentro outros, que nos ajudaram a construir o MST”.

A Bahia é o Estado com maior número de famílias acampadas, que lutam para que a reforma agrária chegue até elas. “São mais de 20 mil famílias acampadas, 218 acampamentos e 145 assentamentos. A direita só respeita ou tem medo de nós por conta do número de famílias acampadas, porque eles temem que a gente ocupe as fazendas deles. Temos que olhar para os próximos 30 anos e aumentar esse número de famílias acampadas”, completa. Em entrevista, a ex-secretária estadual de Políticas para as Mulheres, Vera Lúcia Barbosa, a Lucinha do MST, falou que o evento “é uma comemoração dos 30 anos de luta e do resultado do acúmulo com todos os parceiros, a resistência, preservação de valores, produção, mulheres, juventude, um encontro também para projetar o que será nossos próximos 30 anos, que será de muita luta e conquistas”.


Para o dirigente do movimento Jaime Amorim, o evento é uma oportunidade de rever o passado, a partir da primeira experiência na Bahia que deu início ao movimento no Nordeste. “Somos uma referência nacional no campo da formação, da produção agroecológica, organização da juventude, em diversos aspectos, mas isso só foi possível porque pudemos aproveitar um momento histórico determinado, com militantes que entenderam a importância deste momento e principalmente, demos o primeiro passo, a primeira ocupação na Bahia, que eclodiu a possibilidade de ocuparmos todo o estado”.

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