Geração de 3.000 empregos diretos e indiretos no turismo de Canindé/SE é venda de ilusão.

A informação padece de dados técnicos.
Na semana passada foi publicado na imprensa Sergipana que na temporada de verão passada, o município teria empregado direta e indiretamente 3.000 pessoas. Os setores envolvidos seriam hotéis, pousadas, restaurantes, empresas de entretenimento. Ainda segundo o que foi noticiado, os dados se baseiam em uma informação de técnicos da Fenactur – Federação Nacional de Turismo.
Ocorre que o Turismo praticado na cidade de Canindé do São Francisco, com raras exceções, é o chamado, Bate e Volta. Quando a pessoa vai a cidade e o tempo de permanência da mesma é inferior a 48h. O que definitivamente não acontece com os “turistas” que visitam aquela cidade.
Os administradores de Canindé como os de algumas outras cidades, vivem a ilusão e tenta incutir-nos a idéia de que este movimento gera riquezas através de serviços que disponibilizados. Não é verdade!
A população de Canindé do São Francisco em Sergipe só vê turista quando passam os micro-ônibus que transportam passageiros que saem de Aracaju para tomas banhos nas águas do São Francisco. É bem verdade que alguns poucos gastam pouco dinheiro no restaurante que fica as margens do rio. Mas na sua maioria, eles trazem mantimentos para economizar no consumo.
O chamado "Turismo Bate e Volta” praticado pelas empresas de turismo em Canindé, já se tornou bastante conhecido da mídia sergipana. Na matéria “Turismo “bate e volta” agita Xingó” a jornalista Soraya Ursine fala como os que chegam se banhar nas águas do Velho Chico são recebidos. Ela narra qual o único investimento existente na área e podemos perceber que é de particulares. Já no Site “Mochileiros” a senhora Roseane Vital narra a sua passagem em 2008 pela cidade. Que ela define com propriedade, “conhecemos um dos lugares mais lindos de Sergipe”. Talvez porque ela não tenha conhecido um dos Bairros que fica no centro da cidade e que continua com esgoto a céu aberto e sem pavimentação alguma, mesmo o prefeito Orlandinho dizendo por duas vezes, durante campanhas eleitorais, que o povo devia confiar nele que aquela situação iria mudar. A maioria do povo confiou, mas o prefeito não cumpriu a sua parte.
Falar que a cidade movimenta a economia com 3.000 mil empregos diretos ou indiretos é faltar com a verdade. Um restaurante e algumas poucas escunas e catamarãs não conseguiriam, mesmo que os administradores da cidade quisessem empregar esse número de pessoas.
Com uma boa venda de ilusão à mídia, o prefeito e aqueles que são responsáveis pelo turismo na cidade, conseguiram passar a imagem de que o turismo Bate e Volta é algo bom. Na verdade, para os estudiosos na matéria, este tipo de passeio só degrada. Quer seja a cultura, o meio-ambiente e não deixa nada de proveitoso a sociedade local.
O turismo no Brasil é uma atividade econômica importante em várias regiões do país. O turismo doméstico representa uma parcela fundamental do setor; contabilizando mais de 50 milhões de viagens anualmente, a receita direta gerada pelo turismo interno em 2010 foi de 33 bilhões de dólares. Toda essa movimentação está registrada pela Embratur – Empresa Brasileira de Turismo. E onde estão os dados que comprovem que 3.000 empregos são gerados pelo pessoal do Bate e Volta na cidade de Canindé?

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