Eram cinco horas da manhã
quando milhares de mulheres chegaram a guarita Capuxu por onde os funcionários da
Chesf – Companhia Hidrelétrica do São Francisco em Paulo Afonso na Bahia entram
para o trabalho. O que não aconteceu hoje, 20.
Cantando elas ocuparam, sem
maiores tumultos, a entrada e a saída. Com gritos de “pisa ligeiro, pisa
ligeiro, que não aguenta com a mulher, não assanha o formigueiro”. Com suas
bandeiras e camisetas vermelhas, as mulheres de luta do MST – Movimento dos
Trabalhadores Sem Terras, deixaram claro que quem estava dentro não sairia e
quem estava fora, não iriam entrar para render o turno dos operadores das usinas.
A mesma coisa aconteceu para os terceirizados. Aqueles que prestam serviços a companhia.
Uma das lideranças das
mulheres no local, Liu Durante, informou que a polícia militar da Bahia quando
chegou ao local, sem que houvesse nenhum diálogo, jogou bamba de gás lacrimogêneo
na multidão de pessoas. Entre elas tinham crianças.
Ainda segundo ela, no local
tem representantes de assentamentos de quatro Estados, Bahia, Sergipe, Alagoas
e Pernambuco. E a ocupação é uma forma de denúncia do que ocorre hoje em
Brasília, o Fórum das Corporações onde o atual governo pretende entregar o patrimônio
público da água, ao capital internacional privatizando.
Um recurso estratégico para
qualquer país no mundo, o Brasil é um dos poucos países que mais tem água potável.
Para o Movimento Sem terras, “não é possível que entreguemos a nossa água e
percamos a nossa soberania” disse Liu. Que ainda afirmou que a luta é pela é em
defesa da Chesf e do Rio São Francisco.
Elas também fizeram se
manifestaram contra o assassinato da Vereadora do Rio de Janeiro, Marielle
Franco e de Anderson Pedro.
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