NÃO É A EXTREMA DIREITA. (Por Francisco Costa)

Tenho lido muitos comentários, e até ouvido de gente importante, que o país está nas mãos da extrema direita, e daí a desgraça.

Não, não está, e melhor que estivesse.

E porque digo melhor que estivesse?

Porque estaríamos travando uma luta ideológica e não de sobrevivência do país e seu povo.

E que garantias dou que não estamos nas mãos da extrema direita?

Assim como a extrema esquerda se caracteriza pelo comunismo ortodoxo, fundamentalista (no sentido de se fundamentar nos escritos de Marx, literalmente), na extrema direita temos o nazi-fascismo, ortodoxo ou em suas variações (neo).

Parêntesis: acho engraçadíssimo, os bolsonaristas afirmando que o nazismo é uma doutrina de esquerda, alegando a palavra socialismo (Nationalsozialistische Deutsche – Nacional Socialismo Alemão) no nome do partido justifica. Cá temos o PSDB, um partido neoliberal, com Social Democracia no nome ou, ironia das ironias, o Democratas (Dem) como sucessor, em linhagem direta, da Ditadura Militar.

Tivessem lido Hitler (Mein Kampf, Minha Luta) e logo no intróito teriam lido líder Hitler conclamando o empresariado alemão a contribuir com “a reconstrução da Alemanha”, saberiam que as multinacionais alemãs de hoje nasceram na guerra, mas deixemos os bolsonaristas pra lá, precisam aliviar o mito neonazi.

O nazismo e o fascismo têm duas características que os golpistas não têm: são partidários de um estado forte e, por conseqüência, são extremamente nacionalistas, chegando à xenofobia.

O atual governo brasileiro não tem caracterização ideológica, é simplesmente uma quadrilha de mercenários servindo ao capital multinacional, não por ideologia, mas por comissões, por dinheiro.

E como chegaram ao poder, sem uma matriz ideológica que os sustente e justifique?

Com a América Latina se inclinando para a esquerda, não por deliberação de governos, mas por evolução natural das exigências sociais (Chávez-Maduro, Kirchner, Evo Morales, Lugo, Bachelet, Mujica, Lula...), com o nacionalismo em alta e políticas de justiça social se aprofundando, o império contra atacou, optando pela judicialização da política, fazendo nos tribunais o que outrora fizera nos quartéis, corrompendo e doutrinando.

No Brasil ficou fácil: com uma vasta quadrilha sob suspeição, às portas dos tribunais, graças à política anticorrupção então empreendida por Lula e Dilma, fortalecendo o Ministério Público e a Polícia Federal, quase os emancipando, bastou inverter a mão, transformando os deslizes dos governantes em crimes hediondos ou criando crimes inexistentes, com o apoio da mídia impondo a política de comitiva (condução de boiada, termo pantaneiro).

Assim, notórios e históricos corruptos (Cunha, Gedell, Jucá, Temer, Moreira Franco...) chegaram ao poder.

Despreparados, porque não mais que ladrões, em toda a carreira política, subordinaram-se, por questão de sobrevivência política, a homens de confiança do império, onde sobressai o nome de Henrique Meirelles, ex presidente Mundial do Bank Boston, e do PSDB, com Aécio Neves, notório corrupto, fazendo a ponte.

O povo brasileiro hoje resiste não a uma doutrina, a uma filosofia ou opção ideológica, mas à criminalidade e ao colonialismo.

A degradação moral brasileira chegou a tal patamar que o embate não se dá mais entre esquerda e direita, mas entre a honestidade e o banditismo, o colonialismo e o patriotismo.


Por Francisco Costa.

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