LULA: A HORA EXIGE MAIS QUE PALAVRAS DE ORDEM. (Por Teresa Cruvinel)

Lula consolidou-se na dianteira e o golpismo recrudesceu. 

Está aí o roteiro para tirá-lo da disputa, depois de um julgamento acintosamente cronometrado com este objetivo.  

Agora também é preciso mais que palavras de ordem mas Lula já fez a parte dele.  

Se tivesse se omitido, se não estivesse percorrendo o país dizendo as verdades que pautarão a disputa, o TRF-4 estaria seguindo no passo lento de sempre.  

A defesa da democracia agora é tarefa não apenas do PT mas de todo o campo democrático e progressista, de cada brasileiro inconformado com o esbulho da eleição livre, em que todos possam concorrer.

Não basta preparar um ato para Porto Alegre no dia 24 de janeiro, durante o julgamento. 

A tal mobilização permanente aprovada pelo PT precisa se traduzir em atos diários até lá, em denúncias internacionais, na formação dos comitês de defesa da candidatura, em agitação e propaganda constantes contra o tapetão que vem sendo urdido pela coalizão entre Judiciário, mídia, mercado e partidos governistas.  

As outras forças de esquerda – PDT,  PC do B e PSOL – não podem se limitar à defesa do “direito” de Lula ser candidato.  

Se não tiverem a grandeza da unidade nesta hora,  serão todos esmagados pelo trator de esteira.

Não é fácil, os canais com a população estão bloqueados pelo monolitismo da mídia, a conjuntura e a crise são desmobilizantes, e ainda tem o climão do final de ano, e depois as férias, o verão...

Mas a hora é grave e o tempo urge.  

Lula tem o apoio decidido de cerca de 35% do eleitorado e há uma boa fração de eleitores não direitistas, ou não anti-petistas, que admitem votar nele.   

A estes últimos, principalmente, é preciso esclarecer que ele não será julgado por um tríplex que não possui mas porque, vitorioso, será o coveiro do programa golpista que vem comprometendo o futuro do país, revogará as políticas anti-povo e reverterá o entreguismo sintetizado na abdicação do pré-sal.  

Lula será julgado pelo que já fez e pelo que está prometendo fazer: 

um novo mandato mais ousado, com referendo revogatório das reformas de Temer, com uso parcial das reservas para retomar os investimentos públicos, incluir novamente os pobres na economia e propiciar a verdadeira retomada do crescimento e da prosperidade.  

Vem desafiando os rugidos do mercado.  

A coalizão golpista não tem sequer um candidato único e competitivo mas para impedir Lula irá mais longe, forçando, com a mão do Judiciário, uma exclusão que no futuro suscitará uma pergunta espantosa, como aquela que nos fazemos ainda hoje diante do julgamento de Sócrates e de outros que foram condenados  não pelo que realmente fizeram, mas porque precisavam ser eliminados com uma aparência de legalidade:  “como foi possível?”.

Para que não seja possível,  não bastam palavras de ordem.

Por Teresa Cruvinel no 247.

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