Criada no ano de 1991 quando o presidente da república era o carioca e radicado alagoano, Fernando Collor, a Lei Rouanet foi um marco para o setor cultural do Brasil. Ela, desde a sua criação, fomentou a Cultura em boa parte do país. Mesmo em lugares nunca antes beneficiados por qualquer incentivo governamental.
Qualquer brasileiro ou brasileira, desde que comprove o seu trabalho na área cultural, pode apresentar projetos junto ao órgão competente solicitando a aprovação do mesmo e passando por esta etapa, poderá ter acesso aos benefícios que a lei concede.
Antes ministério, hoje no
atual governo de Jair Bolsonaro, foi rebaixado a Secretária Especial da Cultura,
ligada ao ministério do turismo. Esta mudança impactou diretamente no desmonte
das políticas públicas para o setor que viu o órgão aparelhar a cultura para
grupos seletos e perseguir quem não comunga com o Bolsonarismo.
O que já foi revolucionário
trouxe em suas linhas uma falha gritante para produtores culturais e artistas
que não estão na mídia comercial e nos grandes centros. Principalmente para setores fora do show
business, onde ocorrem os grandes espetáculos e vivem os artistas renomados que,
diga-se de passagem, “não têm culpa de ser quem são”, já que trabalharam muito
para serem reconhecidos. Mas é preciso que produtores e artistas com menor
visibilidade possam ter acesso ao dinheiro das empresas que patrocinam através da
renuncia fiscal.
A Lei Rouanet precisa de uma
reforma urgente para que empresas possam não só apoiar aqueles que dão maior visibilidade
a suas marcas, mas para que este investimento seja mesmo para revolucionar o
setor cultural e dar espaço aos invisíveis. O próximo governo precisa se
debruçar nesta mudança.
Ao final do curso de Turismo
pela Unirios - Centro Universitário em Paulo Afonso na Bahia no ano de
2009, eu apresentei o Trabalho de conclusão de curso com o tema, FESTA PÚBLICA:
UM GASTO PARA POUCOS. E nele eu expus um estudo localizado, mas que pode
ser aplicado para o todo.
“O trabalho monográfico foi
feito com o objetivo de estudar a lei municipal de incentivo à cultura, sua
criação, implementação e a viabilidade da captação de recursos para as festas
públicas, como instrumento de incentivo a ser concedido a contribuintes, pessoas
físicas e jurídicas”.
E mesmo que as Festas
Públicas sejam para poucos, já que o número de pessoas envolvidas nelas, desde
quem produz, incentiva e quem participa não chegam em sua maioria a 10% da
população de cada localidade, o incentivo fiscal das empresas é necessário para
que manifestações localizadas possam ter visibilidade no estado e
nacionalmente.
A lei Rounet precisa ter um
gatilho para que a empresa patrocinadora possa, ao incentivar o grande show, o
artista consagrado, o grande espetáculo, o filme de grande produção, o
circo..., ter que colocar o mesmo valor para produções de regiões e cidades
onde o estímulo jamais chegará se não for obrigatório.
Como isto deverá ser feito? Será o trabalho de quem estiver no próximo governo e se dispuser a fazer, mais uma vez, uma revolução na Cultura Popular Brasileira.
Nenhum comentário:
Postar um comentário