SÓ ENGANARAM OS URUBUS.

Em meados da década de 70, a nossa cidade era conhecida como a cidade dos urubus, devido à grande quantidade desses pássaros que aqui existiam principalmente por conta do esgoto a céu aberto que atravessava o centro urbano (Poty). De forma  não ideal (ainda exala mau-cheiro terrível) cobriram o esgoto e grande parte dessas aves foi embora, achando, talvez, que o ambiente seria definitivamente transformado  com um saneamento básico  (está sendo feito agora em marcha lenta), tornando-o inadequado para elas.
Nesta mesma época, o divertimento, embora indevido, das crianças do Bairro Amaury Alves Menezes (BNH) e de residências próximas ao aeroporto existente na área da atual Avenida Apolônio Sales era correr para o início da pista e, maravilhados, sentir a força do vento provocado pelos Boeings que aterrisavam atraídos pelos movimentos nos canteiros de obras das barragens que transformavam nossa região.  Aviões que alegravam a inocência das crianças e, em seus vôos, davam asas à esperança dos adultos no futuro do nosso município.           
Com o final das obras, até tentaram enganar os pássaros de lata, com a construção de um ninho, aeroporto grande, confortável, se comparado com o de capital como Aracaju (antes da reforma). Mas não foi o suficiente para garantir a permanência desses pássaros que se alimentam do capital financeiro que brota do desenvolvimento, e, diferentemente dos urubus, insistem em não fazer parte de um  ambiente degradado. Moral da história, já deveriam saber que um parque de exposição modelo, não é o bastante para atrair cabra, ovelha, vaca. É preciso estruturar toda cadeia produtiva. Colocando o carro na frente dos bois, não iremos transportar a nossa precária agropecuária a níveis desejados. Com a bacia hidrográfica que tem, nossa região tem tudo para ser uma bacia leiteira, chega de usar a bacia de mendigo.  Criando condições reais, os pássaros, assim como as garças, atravessarão oceanos para vir para nossa terra.
José Tenório dos Santos.

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