Segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico, Paulo Guimarães, esse marco é histórico para Bahia. “O hidrogênio verde é uma forma de transformarmos nossa indústria. O mundo aponta para a desfossilização da economia, usando cada vez menos combustíveis fósseis e o hidrogênio verde é oriundo de energias renováveis e somos o estado com o maior potencial eólico e solar do Brasil. Queremos que a economia da Bahia seja protagonista do que será o novo cenário mundial”.
Foi assinado ainda Memorando de Entendimento com a Enel Green Power Brasil, braço de geração renovável do Grupo Enel no país para a realização de estudos de viabilidade técnica, comercial, jurídica e financeira para o futuro desenvolvimento de projetos de produção de hidrogênio verde pela empresa, que já investe em energias renováveis no estado.
“Estamos muito felizes em anunciar esta parceria com o
Governo do Estado da Bahia. Somos atualmente o maior operador eólico e solar do
país e queremos desempenhar um papel de protagonismo também no futuro mercado
de hidrogênio verde, gerando empregos e oportunidades de desenvolvimento social
e econômico. A Enel acredita no hidrogênio verde como uma ferramenta
estratégica complementar e fundamental para acelerar a descarbonização”,
explica a responsável pela Enel Green Power no Brasil, Roberta Bonomi.
Desfossilização
Há algum tempo o mundo tem se concentrado em investir em
fontes renováveis e sustentáveis e não tem como falar sobre isso sem tocar no
assunto: desfossilização. Uma alternativa sustentável aos combustíveis fósseis
como fonte de energia e insumo industrial. Pauta urgente e necessária que visa
reduzir a emissão de gás carbônico e em longo prazo sua total eliminação. De
acordo com Guimarães, a maior demanda de hidrogênio no Brasil é das refinarias,
já que elas são as maiores consumidoras nacionais de hidrogênio, necessário
para diminuição de teor de enxofre em diesel.
“O governo do Estado quer construir uma economia de hidrogênio verde pautada não somente nas exportações, mas também no desenvolvimento de um mercado doméstico, nos setores químico, de fertilizantes, transporte, insumo industrial, entre outros. A aposta se concentra, sobretudo, na demanda por desfossilização do Polo Petroquímico de Camaçari”, declara o gestor da pasta.
Como tudo começou
Desde o ano passado, o Estado da Bahia vem trabalhando de
forma organizada para a consolidação da política de Hidrogênio Verde. Um grupo
de trabalho foi formado pela Secretária de Desenvolvimento Econômico (SDE) em
parceria com outras pastas: as Secretarias do Meio Ambiente (Sema), de Ciência,
Tecnologia e Inovação (Secti), da Fazenda (Sefaz), de Infraestrutura (Seinfra),
Casa Civil e Senai-Cimatec.
Outro avanço é que o estado é o único que concede
diferimento nas aquisições de energia elétrica, conforme nº 20.970 de 09 de
dezembro de 2021, que altera o Decreto nº 13.780 de 16 de março de 2012. A
Bahia terá também a primeira unidade de amônia verde do país. Protocolo de
Intenções já foi assinado com a Unigel Agro para ser implantada no Polo
Industrial de Camaçari.
Grandes oportunidades
De acordo com estudos da Secretaria do Desenvolvimento Econômico do Estado da Bahia (SDE), existem grandes oportunidades para o desenvolvimento de hubs regionais de hidrogênio verde no estado, que permitem a produção centralizada para região do Polo Industrial de Camaçari/Aratu e distribuída ou descentralizada, com possibilidades nas áreas de mineração e do agronegócio.
A Bahia oferece infraestrutura favorável em termos de logística de transporte, de dutovias e transmissão de energia elétrica. Disponibilidade de energia elétrica de fontes eólica, solar, biomassa ou biogás e de água para a produção do hidrogênio verde. Água salgada ao longo do litoral e doce em rios e aquíferos, localizados principalmente no semiárido e no Oeste da Bahia. Existem ainda equipes e infraestrutura de pesquisa em universidades, escolas técnicas, centros de pesquisa e inovação e incentivos fiscais.
O que é Hidrogênio Verde
O hidrogênio verde é uma fonte de alta densidade energética e de carbono nulo, produzido a partir de fontes renováveis: eólica, solar, hidráulica, biomassa ou biogás. De acordo com as projeções da Agência Internacional para as Energias Renováveis – Irena, feitas em 2019, a fonte poderá representar 18% de toda energia consumida globalmente e se tornará competitivo, em relação ao de origem fóssil, antes de 2025.
Um dos processos para a produção do hidrogênio verde é a
eletrólise, processo químico que quebra as moléculas da água em hidrogênio e
oxigênio através da eletricidade, sem emitir dióxido de carbono na atmosfera.
Após a separação, o gás está pronto para ser distribuído para as indústrias.
Outro processo que pode ser utilizado é a gaseificação e reforma da biomassa
com captura de dióxido de carbono (CO2), o que permite a produção dos
e-combustíveis, sintéticos renováveis.
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