O vale-tudo de Moro (Por Ângelo Cavalcante)


O desespero de Sérgio Moro é evidente! De juiz ídolo das médias classes do país descamba feio para a condição de justiceiro tresloucado. Sua caça destemperada e obsessiva a Lula da Silva transcende o aceitável e já põe em questão, mais ainda, a já combalida moral do judiciário brasileiro. 

Não por acaso, afinal, se trata de judiciário classista, enfurnado em prédios suntuosos, com altos salários e mordomias absolutamente incompatíveis com os padrões de miséria que impera no país e que por fim, não consegue nem de longe, garantir, a partir de seus códigos e jurisprudências, cidadania mínima para uma população cada vez mais pauperizada e desesperançada. 

A última de confiscar o patrimônio do ex-presidente foi a prova derradeira que atesta em toda a sua plenitude sua seletividade vingativa, sua gana e sua ética de convicção abusiva e circular. Já virou piada, chacota pública e espanto.

Sérgio Moro, no desvario compulsivo de seu anti-petismo, milita sem estratégia, articula sem base e define sem conceito ou factualidade objetiva e concreta. O resultado está aí... Moro é o principal mobile da re-articulação do PT, aliás, em 35 anos de história, com dezenas de tendências e fragmentações internas, finalmente o partido, de fato, avança em uma unificação jamais vista em sua história. Vai se reintegrando de forma espantosa e começa, enfim, a visualizar seu tamanho real; tamanho e presença, inclusive, no imaginário social. 

Em outros termos, Sérgio Moro, mesmo sem saber, foi influência determinante para a refundação do Partido dos Trabalhadores e os sinais desta renovação são evidentes e abundantes. Por exemplo, no crescimento exponencial dos seus filiados; em sua modernização interna; na recente eleição da senadora Gleisi Hoffiman como sua presidente nacional; na reafirmação do seu principal líder popular como um dos principais quadros da esquerda internacional e; por fim, no resgate de bandeiras essenciais para o Brasil visando a construção de amplo, fecundo e moderno projeto de nação.

Ora, ora... Isso é renascimento, aceite-se isso ou não; é força que ninguém consegue conter; energia que contagia, movimento que toma a vida política e todos os seus conteúdos onde definitiva e terminantemente, despachos de burocratas magoados do judiciário não surtem qualquer efeito.

E agora? Agora é o PT seguir se afirmando como esquerda verdadeira e militante em favor de um país justo e socialista. Aproveitem a onda, Moro em breve vira um anônimo!

Ângelo Cavalcante - economista, professor da Universidade Estadual de Goiás (UEG), campus Itumbiara.

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