Moro aplicou a dose mais ‘branda’ do veneno que tem à mão, fez o previsível e condenou Lula. Até poderia prender, mas a condenação já seria suficiente para o primeiro teste. Condenou e não percebeu reação fora das redes sociais e de algumas ‘análises técnicas’. Quase ninguém foi às ruas.
E se tivesse mandado prender, o que aconteceria? Moro não quis pagar pra ver, até porque poderia perder o apoio dos ‘liberais’ do meio jurídico, todos tão quietinhos (com as exceções de sempre).
O que importa é que Sergio Moro, o jaburu, os tucanos, o Ministério Público, todos estão calibrando o que fazem pensando sempre na possibilidade de contestação popular. E não há contestação nenhuma, por enquanto. Há as reações das controvérsias variadas e só.
O jaburu vai manobrando como quer e rearticulando forças táticas, para sobreviver à semana seguinte, porque sabe que não há reação além da virtual.
Ninguém reage a mais nada desde o golpe de agosto.
Daqui a pouco, teremos mais um teste, com a revalidação ou não da condenação de Lula pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região em Porto Alegre. Se a condenação for reafirmada e Lula se tornar inelegível (podendo até ser preso), o que acontecerá? É o que a direita se pergunta.
E a direita está certa de que não acontecerá nada de mais grave. Que o Brasil continuará inerte, amorfo, anestesiado. E, continuando assim, que se prepare então o novo golpe. O Brasil amorfo talvez não tenha eleição para presidente em 2018.
Se a economia reagir, se a Globo conseguir restabelecer seus pactos com quem estiver no poder, se as perspectivas forem de retomada da ‘normalidade’, a direita se dedicará ao grande projeto sonhado desde agosto.
O Brasil não terá Lula, não terá eleições e não saberá mais com o que poderá contar, depois de perder leis trabalhistas, previdência e, quem sabe, até o SUS como existe hoje.
Quem duvidar, quem acha que nada disso seja possível estará apenas repetindo a postura dos que duvidavam do golpe e duvidavam até que o jaburu chegaria ao poder e que o povo continuaria calado.
A direita empresarial e política e a direita do Ministério Público e do Judiciário acham que o povo não é de nada. E o povo não reage e não diz nada que possa fazê-los pensar o contrário. Seremos governados pelo pato amarelo.
Por Moisés Mendes.
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