A que ponto chegamos? Uma padaria em São Paulo colocou um cartaz na fachada informando aos seus clientes que não vende marmitas para pessoas que estejam dispostas a doá-las a moradores de rua.
Pela ótica dos "cidadãos de bem", matar a fome de um ser humano humilhado e abandonado que agoniza invisível em meio à turba de transeuntes, é algo que não pode ser tolerado pela nova etiqueta fascista que tão bem serve à carapuça dos moralistas de plantão que trocaram a democracia por uma farsa midiática.
Negar, e mais, encorajar os outros a negarem um prato de comida a quem tem fome é o mais fiel retrato da sociedade que nos transformamos. Já não somos mais uma nação, já não somos mais um país, já não cabemos sequer no conceito de civilizados. Caminhamos apenas para nos transformamos numa horda de errantes com uma terrível predisposição à barbárie.
Séculos dedicados à produção do conhecimento, da filosofia, das artes, da música, da literatura e da confraternização entre os povos estão sendo lançados ao esquecimento em nome da ganância, da intolerância, da incompreensão, do individualismo e da escravidão. A era da escuridão nos espreita novamente.
A humanidade afunda no seu próprio ódio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário