O governador do Moto Groso, Pedro Taques, ao debater a expansão da FERRONORTE,
ferrovia que depois de pronta deve ligar o estado a Alagoas, passando por Lucas
do Rio Verde e Cuiabá, afirma ser este um sonho antigo dos Mato-grossenses
(desde a década de 1970). Ele apenas se esquece que era um sonho voltado para a
melhoria da qualidade do transporte das pessoas, e não cortar o estado com
ferrovias para gerar mais riquezas aos proprietários do agronegócio.
O ministro Blairo Maggi ao apresentar a perspectiva da licitação da Ferrogrão
(estimado em 10 bilhões de reais), representa unicamente o interesse das
principais empresas que fazem negócio com a comercialização de grãos, incluindo
a própria AMAGGI, além de CARGIL, ADM e BUNGE e outras.
A ferronorte, e a ferrogrão integram uma demanda de 04 ferrovias que
ampliará o escoamento da soja produzida no Mato Grosso, o que não significará
aumento da arrecadação do estado, pois o setor que será contemplado com esse
investimento é o mesmo setor que nos últimos 17 anos recebeu quase 40 bilhões
de reais em isenções. E a justificativa do aumento de trabalho não se
viabiliza, já que segundo a COSAN em 12000 (doze mil) quilômetros de ferrovia a
mesma gera apenas 12000 (dose mil) empregos.
Pensando no desenvolvimento do agronegócio o estado fecha os olhos para
a diversidade de problemas sociais e ambientais causados pelos transportes
ferroviários de carga, como os impactos amplamente denunciado pela articulação
Justiça nos Trilhos, em relação ao trem da Vale.
Entendendo ser injusta a relação de promiscuidade entre o agronegócio e
o estado, onde apenas as obras de infraestrutura com objetivo de melhorar
o desenvolvimento do setor tem prioridade em investimentos, em detrimento das
regiões onde não se consolidou este modelo, e em prejuízo aos trabalhadores
rurais e do serviço público, que vem tendo sistematicamente seus direito
negados, principalmente aos reajustes salariais, e do uso de cargos público, seja
no executivo ou no legislativo para atuar em benefícios próprio.
O Trancamento foi realizado a cerca de 7 km antes do Terminal Ferroviário
da Rumo de Rondonópolis, considerado o segundo maior porto seco do Brasil.
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