A nova política cultural do estado X vivaldinos da cultura baiana.

Não é de hoje que o ex-prefeito e hoje dono de rádio, o senhor Mário de Mello Kertesz, calunia, vocifera e tenta derrubar o Secretário de Cultura da Bahia, Marcio Meirelles. No ano passado durante a Conferência de Cultura que estava sendo realizada na cidade de Feira de Santana, alguns dos seus prepostos distribuíram o exemplar da revista Metrópole, cujo título era “volta para o vila, velho”, causando indignação geral entre os participantes, que naquela oportunidade realizaram um ato de desagravo e, na sequência, em protesto, rasgaram vários exemplares da citada revista. Em seguida produziram um documento, assinado pela maioria esmagadora dos participantes do evento, onde reafirmaram apoio ao secretário e à política de descentralização cultural e de valorização das manifestações culturais fora do eixo metropolitano e do recôncavo. A nova política cultural, que vem sendo incentivada e praticada no estado, valoriza a cultura interiorana, do recôncavo, do extremo sul, do sudoeste do sertão. Faz vibrar a diversidade cultural do nosso estado, tornado-a efervescente, dinâmica, pulsante.

Não satisfeito com esse revés que sofreu, Mário Kertesz investiu feroz em outras oportunidades contra a política de interiorização da cultura. Gritou, estrilou, soltou cobras e lagartos contra o secretário e contra essa nova forma de ver e de fazer cultura. Modelo que nós, aqui do interior, consideramos, se não o ideal, o melhor já construído e posto em prática por um governo da Bahia.

Mário sabe, mas esconde interesseiramente, que esses que hoje “reclamam” desse modelo de fazer cultura são aqueles que antes nadavam de braçada no orçamento cultural do estado, que recebiam boa parte das verbas públicas para fazer uma “cultura pasteurizada”, insossa. Esses que hoje reclamam, quando se locupletavam com as benesses do poder, pouco se importavam com a cultura pulsante do interior, dos artistas cantadores, pintores, cantores, diretores de teatro, dos artistas mambembes, trovadores, poetas, das manifestações culturais dos rezadores, dos ternos de reis, dos engenhos, das congadas, dos pobres agitadores culturais do interior. Esquecem esses senhores que cultura não é somente aquela feita na capital e por grupelhos elitistas, mas a que pulsa em todos os cantos e recantos do estado, feita por pessoas do povo, possuidoras de sentimentos, aspirações e inspirações e de conhecimentos, muitos deles passados de pais para filhos e até hoje guardados, manifestados. Ou cultura é só o que esses grupelhos fazem? Ou cultura é só a que é feita no Pelô? A Bahia é muito mais que esses e que isso.

As “viúvas de ACM” na cultura baiana chegam ao desplante de afirmar que o que o interior está recebendo com esse novo modelo é “esmola”. Geraldo Maia, por exemplo, se mostrando bastante preconceituoso continua fazendo esse tipo de afirmação. Fez durante o encontro de Culturas Populares este ano em Salvador e ainda continua com seu pensamento estreito. E o danado disso tudo é que ele e seus companheiros das mamatas financiadas pelos governos passados ainda encontram espaço na imprensa, principalmente nos meios de comunicação administrado pelo senhor Mario Kertesz. Mas são pensamentos e manifestações desse tipo que mais dão credibilidade e aceitação ao que o secretário Meirelles vem realizando. O interior que antes nem “esmola”, como afirma o senhor Geraldo Maia, recebia para fomentar a cultura local, hoje pode ser contemplado de igual para igual. Disputa democraticamente verbas para suas produções, seus trabalhos, a partir de critérios bem definidos, expostos nos editais culturais. Digo que o que estamos conquistando ainda é pouco para o que a Bahia precisa fazer para a cultura pulsar em todos os seus recantos, mas essa “esmola” está ajudando, está criando novos espaços. Que sejam bem vindas “as esmolas”.

Alguns desses que hoje tem espaço na rádio ou na revista do Mário nunca se posicionaram pela defesa do que é feito na cultura no interior do estado. Buscam exclusivamente a defesa do seu pedaço. Não se importam com a cultura, no seu sentido mais amplo, se importam sim com a “sua cultura”, elitista, discriminatória, já que para esses, cultura é o que cada um faz, o resto não tem importância.

O dono da voz, o senhor Mario, reverbera assim na rádio aquilo que seus amigos reclamam. E aqui eu deixo uma pergunta: Porque ele nunca chamou os “fazedores”, “construtores da cultura do interior” para dar a sua versão da revolução na cultura que está sendo feita no interior do estado?

A Bahia precisa sim, ter sua cultura descentralizada, democratizada. O interior também precisa ser contemplado pelo Estado. A Bahia é do todos nós!

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