Uma conversa faz um governo.

De todos os avanços deste governo, a utilização do instrumento de consulta popular é um dos mais importantes. Porque, ao menos na democracia, a maioria das mudanças, ocorre a partir de um encontro, uma reunião, uma conversa. Alguns preferem o termo negociação, como queiram. Nós, contudo, optamos pela idéia republicana da governança. Isto é, a democratização da democracia.

O alargamento, a extensão, o aumento da esfera pública tem como princípio a participação institucional da sociedade civil na estrutura do Estado. Desde 2007, isso ocorre via orçamento participativo, conferências temáticas e na formação de conselhos estaduais, além das mesas permanentes de negociação. Ao invés de dividir tarefas e simplesmente estabelecer parcerias, preferimos compartilhar responsabilidades. Dividir significa separar ao meio. Tome cá. Compartilhar é o inverso, significa sempre repartir “com” alguém. Venha cá. Muitas dessas conversas resultam em ganhos reais, transpondo bandeiras de luta via criação de órgãos públicos pautados pela demanda dos segmentos sociais, como mulheres, quilombolas, juventude e povos indígenas.

Ao longo desses três anos, o governador incentivou ao máximo o diálogo permanente. A divisão entre quem fala e quem ouve foi diluída, ganhou uma interface e virou um sentimento de encontro. Wagner costuma falar sempre que tem oportunidade, que desde 2007, o argumento da força perdeu lugar para a força do argumento na Bahia. Ninguém é melhor que ninguém, ninguém existe isoladamente, tão pouco este município é mais importante do que aquele. A Bahia é uma só e todos os 417 municípios. Pôr um fim, numa conversa, significa sempre pôr um fim à política, que é a arte do encontro. E o fim da política significará sempre, duma forma ou doutra, o fim da liberdade.

Para nós, o encontro com a liberdade passa pela política e o encontro com a política, só existe por intermédio do diálogo. A partir deste princípio, o governo iniciou uma espécie de caravana por todo o estado. Em cada município é estabelecida uma conversa franca com a população, que sugere, reivindica e elogia as ações do governo. São verdadeiras audiências públicas com a presença do governador, que praticamente, pela primeira vez na história, esteve em todos os municípios baianos. Quem tem a oportunidade de acompanhar essas visitas aos municípios baianos, volta e meia ouve um burburinho aqui, um comentário acolá sobre o jeito de governar conversando com as pessoas do governador Jaques Wagner.

A presença do governo em todos os 26 territórios de identidade fomenta a esperança nas pessoas, porque, diferente de outrora, nesta gestão, as soluções não são concebidas dentro de um gabinete. Trata-se de uma prática disseminada por uma escola que o principal professor é o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. É a experiência de quem sabe que as soluções muitas vezes estão bem ao lado. Seja numa carta, num desabafo, ou na simples combinação de idéias, que só podem ser confrontadas se tiverem a oportunidade de – olhos nos olhos – debaterem.

Após três anos de governo, a forma democraticamente formal que herdamos adquiriu conteúdo e produziu musculatura institucional. As instâncias de decisão foram ampliadas e é plausível afirmar que a população já se apropriou do modelo de democracia substancial construído passo a passo por nós. Sem dúvida, é um legado que dificilmente será desfeito, porque, é sustentado por uma vontade geral, reprimida por décadas e consagrada por um governo transparente e republicano. Um sentimento correspondido por quem faz mais para quem mais precisa.

Por Sócrates Santana.


*Sócrates Santana é jornalista e membro da assessoria de imprensa do governador Jaques Wagner.

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