Todas essas ações visam o empoderamento da mulher do campo,
como afirma o secretário da SDR, Josias Gomes. “Todas essas iniciativas têm o
intuito de fazer com que as mulheres do campo possam mostrar o seu valor por
todos os 27 territórios da Bahia. Esse propósito de empoderamento dessas
mulheres, aliado ao esforço de cada uma delas, potencializa uma das atividades
econômicas mais produtivas da Bahia, que é a agricultura familiar”.
Bahia Produtiva
A assistência técnica e extensão rural para as mulheres beneficiárias do Bahia Produtiva tem sido de grande valia para a transformação de vida dessas agricultoras. Valmira Lopes, presidente da Cooperativa de Beneficiamento e Comercialização (Coobencol), no município de Santaluz, no território de identidade Sisal, conta um pouco sobre a importância da assistência técnica para a criação dos ovinos.
“A assistência técnica é tudo porque hoje nós temos um Agente Comunitário Rural (ACR) acompanhando diretamente o agricultor, tirando dúvidas, trocando experiências e compartilhando conhecimentos. Sem a orientação técnica, a gente acabaria perdendo de fato algumas criações e, com o projeto, a gente consegue ter esse melhoramento, o que tem nos proporcionado mais busca pelo conhecimento e geração de renda”, declara Valmira.
Apenas com os recursos voltados para empreendimentos com
mais de 90% de beneficiárias mulheres, são mais de R$ 79 milhões investidos
pelo Bahia Produtiva em obras, equipamentos e assistência técnica para as
beneficiárias.
Pró-Semiárido
O projeto Pró-Semiárido possui estratégia diferenciada para atender as questões de gênero. São cirandas, oficinas, formações, cadernetas, encontros virtuais e acompanhamento técnico, para dar suporte a essas mulheres do campo, tanto do ponto de vista produtivo quanto em temas sociais, como divisão justa do trabalho e equidade de gênero.
A assessora de Gênero, Raça, Etnia e Geração do Pró-Semiárido, Beth Siqueira conta um pouco sobre os resultados do projeto. “Nossa função é possibilitar que essa mulher tenha a mesma oportunidade de qualquer homem. Por isso, nossas ações são para destruir esse patriarcado e fazer com que ela se sinta realmente envolvida nesse projeto de desenvolvimento rural. E as mudanças (das mulheres) não são só de conhecimento com relação ao processo de formação, manejo animal, compostagem etc., mas são as mudanças internas delas, que passam a compreender o seu papel na sociedade enquanto agricultora. Isso aumenta não só a valorização, mas também o autorreconhecimento e a autoestima delas”.
Uma das 38.509 mulheres beneficiadas com o projeto, Arleane
Santos Cruz, do município de Campo Formoso, do território Piemonte Norte do
Itapicuru, comentou com satisfação as mudanças na produção e renda. “Aprendemos
novas formas de produzir, de cuidar melhor das plantas, das hortas e das
coberturas com os nossos técnicos. Uma das coisas que eles sempre falavam foi
das folhagens secas na horta. Agora que comecei a fazer, eu já vi a diferença e
já consegui construir um viveiro”.
Bahiater
Dar visibilidade às mulheres rurais, com o acompanhamento técnico e formações essenciais de gênero. Esse também é o objetivo da Bahiater, com a chamada pública ATER Mulheres Rurais, voltada para a potencialização e ampliação da renda de 5.400 mulheres rurais, em 10 territórios baianos.
A coordenadora técnica da Bahiater, Carmem Miranda, comentou sobre a assistência técnica que vem sendo realizada, em sua maioria, também por mulheres. “A Ater [Mulheres Rurais] vem para valorizar, acima de tudo, as mulheres. Para trabalhar a formação dessas mulheres e, além, lógico, de melhorar a produção, você tem de trabalhar também a questão da autoestima dessas mulheres, a questão da saúde, a questão da violência. É um olhar especial para elas”.
A agricultora quilombola Maria da Solidade, do município
Riacho de Santana, do território Velho Chico, compartilhou como a assistência
técnica mudou a sua forma de produzir. “Antes da assistência, eu achava que
bastava molhar as plantações e estava bom. Hoje eu aprendi que tem que adubar direitinho
e colocar matérias-primas mortas nos pés das plantas. Sobre as formações, todas
foram boas, mas houve uma fundamental, que foi sobre igualdade de gênero.
Ajudou bastante para nos incentivar de que somos capazes, que não devemos
desanimar diante das dificuldades e de certos tipos de preconceito”.
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