MORO, VOCÊ É MEDROSO, DEBOCHADO E INCOMPETENTE (Por Francisco Costa)


Moro, por experiência, aprendi duas coisas na vida, uma como homem e outra, como profissional da educação.


O homem percebeu cedo que, numa abordagem a uma mulher, um peremptório “não”, um “eu sou casada”, “só consigo te ver como amigo, não mais”, “chegou tarde, eu sou apaixonada”... Foram marcações de posição, sem margem à insistência.



Ao contrário, as que debulharam argumentações, tergiversaram, buscaram motivos de pouca sustentação para o não, alongaram-se em arrazoados vazios... Deram-me a certeza de que seria uma questão de tempo, não estavam convictas, com conseqüências óbvias.



Já o professor aprendeu a identificar os Rolandos Leros pelos tamanhos das respostas, com tiros para todos os lados, na esperança de que entre balas perdidas uma acertasse o alvo.



Só tive acesso a uma parte da sua sentença, enorme, onde você puxa a orelha de Lula e o elogia, condena à prisão e relaxa a prisão, afirma que pode ordenar uma condução coercitiva mas não o fará, reconhece que as investigações em curso só foram possíveis por causa de leis criadas por ele... Coisa típica de mulher afirmando sim, não, não sei, e se, mas, quem sabe, não sei se devo, você é danado, difícil resistir, eu não sou objeto, a gente vai a que motel?



Ou o aluno que ao responder à pergunta quem descobriu o Brasil, redige: “se não fosse o Américo Vespúcio e suas caravelas duvido que Colombo se lançasse ao mar, passando pelo Atlântico, dizem que os fenícios já estiveram aqui muito antes dos portugueses, que mandaram o seu João prá cá, acho que foi o Cabral quem mandou porque ele também esteve por aqui, no Porto Seguro, acho que na Bahia, um deles foi quem descobriu.”



Pois é, aí está a sua incompetência e desonestidade, no escrever muito para falar pouco, quase nada. Os convictos são sucintos, a sua notoriedade não está assentada na competência, mas porque você se move na sombra de competentes, os que você condena.



Sua oratória tatibitáti é de gente insegura, claudicante, sem convicção do que está falando, como um aluno do fundamental numa sabatina escolar.



Você poderia ter estabelecido uma pena de oito anos ou de dez anos, mas deu nove anos e meio, o que confere com o apelido que você deu a Lula, “Nine”, nove, em inglês, por escárnio a uma mutilação que ele sofreu num torno, quase adolescente, idade em que você, filho de um cacique tucano, estava em Havard, preparando-se para defender os interesses norte-americanos no Brasil.



Você é debochado e cruel, coisa típica dos homens menores, porque imaturos ou de caráter questionável.



Por fim a sua covardia, quando no parágrafo final afirmou que a prisão de Lula traria uma imprevisível comoção nacional.



Se você tivesse provas e não só convicções, como o seu escudeiro, Dalagnol, que já anunciou que virá candidato a Senador, e o considero eleito, porque num estado onde a notoriedade está com você, Youssef, Álvaro Dias, Beto Richa, Francischini... Não eleger pelo menos um fascista, para contrabalançar Gleise Hofman e Roberto Requião, é coisa impossível.



Moro, até os cães vira latas, ou street dog, na sua língua pátria, sabiam que esta sentença está pronta desde há muito. Porque só hoje, um dia depois da aprovação da reforma trabalhista você a trouxe a público? É para esvaziar o assunto, para que o povo não saiba que voltamos à década de trinta do século passado, ao regime de semi-escravidão? Por ordem de quem você deixou para anunciá-la hoje, da Fiesp ou da Globo?



Por fim, Moro, você sabe que esta foi a sua última oportunidade de holofotes, o seu reinado plagia o de Temer, caminha para o fim, até que apareça nova oportunidade de mais um trabalho sujo, do tipo absolver todos o tucanos do caso Banestado ou defendê-los na Lava Jato, e pergunto: que foto emblemática você usará como recordação do evento que ora finda, aquela em que você está brindando, todo sorridente, com Aécio Neves, Geraldo Alkimin e Michel Temer, tutte brava persona, para usar o idioma da máfia?



Os que lhe aplaudem hoje são os mesmos que aplaudiram Eduardo Cunha e/ou pedem ditadura militar.
Aproveite esses momentos de pretensa glória porque serão os últimos, a segunda instância já mostrou que conhece a sua parcialidade de esconder provas dos correligionários e condenar sem provas, por convicção, os adersários, atendendo aos que lhe ordenam que assim proceda.
Goodbye, Curitiba’s Judge.


Por Francisco Costa.

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