O próprio processo de produção artesanal, que demanda tempo, remete a um intenso momento de reflexão sobre a vida em comunidade, as formas de subsistência, as referências de luta e resistência dos povos. A Bahia, celeiro de grandes batalhas, rebeliões, revoltas e quilombos, não pode ser representada por obras artesanais com imagens que remetem a um tempo sombrio da vida nacional, no qual africanos e afro-brasileiros eram coisificados, destituídos de humanidade e superexplorados.
Nosso estado tem uma larga tradição em políticas de fomento, desenvolvimento, divulgação, qualificação e comercialização do artesanato, desde a criação do Instituto Feminino Industrial Visconde de Mauá, em 1939, até os tempos atuais com a Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte, por meio da Coordenação de Fomento ao Artesanato. Nossas ações buscam divulgar uma produção artesanal representativa da identidade cultural de força, resistência e intensa diversidade baiana. Portanto alusões à população negra como as expostas nos produtos da loja de artesanato do aeroporto de Salvador não serão toleradas.
Ângela Guimarães, coordenadora de Fomento ao Artesanato
Davidson Magalhães, secretário do Trabalho, Emprego, Renda e
Esporte.
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