Eu tenho um amigo que esteve
deputado federal por mais de um mandato. E lá de Brasília ele tem várias histórias
interessantes. Uma delas é referente ao então parlamentar Jair Bolsonaro.
Conta ele que era senso comum entre
todos que viviam aqueles dias no Congresso nacional, que Bolsonaro não era uma
pessoa normal. Por várias vezes ele viu ações tresloucadas sendo praticadas no
plenário do parlamento, nas reuniões de bancadas e nas comissões.
Um dia, conta o meu amigo, Bolsonaro participava de um tal baba dos deputados que acontece todas as
quartas-feiras em Brasília. É um local que eles buscam para um pouco de
divertimento e onde se juntam parlamentares de vários partidos. Viu aquele branquelo
atender ao telefone e imediatamente pegar suas coisas e ir saindo. Foi quando
alguém perguntou; tá indo pra onde desse jeito apressado? E todos ouviram a
resposta. “estou indo infernizar a reunião dos viados”. E saiu dando
gargalhadas.
Pois foi assim que o atual
presidente conseguiu notoriedade dentro do parlamento. A Tática usada por ele
sempre foi a de chamar para si toda a atenção possível criando fatos que eram comprados pela imprensa e no dia seguinte ele tinha a garantia de estar estampado suas
peripécias em todos os jornais de grande circulação.
“Um dia eu estava voltando
para o meu gabinete, e vi o Bolsonaro quase correndo pelo corredor. Eu tive a
preocupação de saber o que estava acontecendo e perguntei a ele, o que foi?”,
me falou o amigo que prefere ter seu nome preservado. Segundo ele, ouviu a
seguinte resposta, “Me avisaram que tem uma reunião com os esquerdistas na sala
da comissão de direitos humanos. Eu vou lá. Nem precisa eu falar nada. Sento lá atrás
e fico calado olhando para eles. Como já os conheço, eles vão protestar e eu
vou responder. A imprensa tá lá. Pode ter certeza que a matéria deles a manhã é
que Bolsonaro perturbou a reunião”. Para o atual presidente, montar em cavalo
para saudar seus apoiadores, pegar um helicóptero e ir comer um sanduiche fora
de Brasília, sair tarde da noite para uma lanchonete na cidade, apontar para o
prédio do supremo federal com gesto intimidatório, fazer declarações na porta do alvorada que chocam
até aquelas pessoas menos pudicas da sociedade, tem um motivo. É ele quem vem
pautando a grande, média e imprensa alternativa diariamente com seus atos.
É Bolsonaro com seus gestos,
trejeitos, atos, ações e decretos que vem praticando o que o notabilizou e o trouxe
até aqui. Ele sabe que os títulos das matérias vão ser sempre sobre o que ele
fez, nunca sobre o erro do que ele faz. Assim, pauta a imprensa, pauta a
direita e vem pautando a militância da esquerda que, uns achando que estão
criticando, outros ávidos por likes em suas publicações e outros por acompanhar
os movimentos nas redes, vão fazendo propaganda indireta do que o presidente
faz todos os dias. Um erro imperdoável para quem deveria estar fazendo oposição.
Bolsonaro usa a tática de
encantamento da imprensa que prefere publicar sobre os absurdos e não sobre cada ato criminoso praticado pelo o ainda presidente.
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