Ânimo, militante! (Por Ademar Bogo)


Sabemos que há um tempo para tudo, que se ligam o presente e o passado, pois o que foi não se encontra superado, e o que é está caindo em desapreço.
Mas é o futuro que está sem endereço e precisa de uma forte intervenção.

Falta um acerto na canção e pôr as notas na nova melodia, ascender em cada mente a rebeldia e pôr-se em marcha na mesma direção.

Não se amedronte ao ver que os tribunais e o parlamento se agigantam sobre todas as conquistas, eles são o que de pior já se inventou na ordem capitalista.

Nessas instâncias o indivíduo concentra a autoridade e faz da sua função a extensão de suas propriedades. Escondem-se sob o manto das representações, e ignoram a vontade dos milhões de sujeitos que compõem a sociedade.

Não se envergonhe quando as televisões repetem reportagens, expondo com imagens, vozes e letreiros, a linguagem e a revolta de nossos companheiros. É próprio do caráter dos patrões fazer politicagem, esconder a verdade e alimentar os noticiários com bobagens.

No entanto, mostram que são infinitamente inferiores e temem as palavras duras dos trabalhadores, porque são sinceras e cheias de coragem.

Não se acomode nem se deixe tomar pela impotência. Levante, vá às ruas, mostre a sua consciência, carregada de saberes e de lições.

Não dê ouvidos aos que pedem paciência, nem para aqueles que adoram as instituições. Há momentos em que somente os empurrões podem abrir o caminho para a frente.

Acredite que os elos da corrente têm imensa fraqueza no cadeado, rompe-se a impostura de poderes concentrados, quando se assume com vigor as tarefas do presente.

Aproveite e faça uma revisão. Compreenda que apenas uma intenção não faz a história. Que a ausência temporária de conflitos não é sinal de paz nem de vitória. A vitória só vem quando ficam, do outro lado, contingentes de inimigos derrotados.

Aprenda pela sua vida inteira que a burguesia é traiçoeira e vai lhe atacar mais dia, menos dia. Por que então aliar-se aos inimigos, se já sabemos que joio é joio, trigo é trigo e em toda a história sempre fomos maioria¿

Aceite os desafios, não as provocações! Mostre que as revoluções sempre começam e seguem em frente, porque as forças populares se levantam em todos os lugares e se mantêm em luta permanente.

Por fim, não perca as esperanças, também não aja por vingança, ódio ou espírito mercenário. Lembre que o amor é revolucionário, faz por si e por todas as nações; basta pôr em marcha as multidões que o processo como o rio segue adiante.

Assuma sua função de comando, porque as tarefas já estão dadas. Levante e faça da madrugada o momento do novo amanhecer. Ânimo, força e persistência, é hora de fazer com coerência, o futuro que queremos ter.

Por Ademar Bogo.

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