Muito triste descobrir que o irmão da Suzane Richtofen foi encontrado dentro da Cracolândia, não? Uma vida trágica, provocada por uma sucessão de absurdos. Rapaz que tinha tudo para ser bem sucedido, viver uma vida boa, acabou viciado em crack e internado compulsoriamente numa clínica psiquiátrica... Lamentável.
Mas isso nos traz uma lição.
Andreas é um rapaz branco, classe média alta e que teve um triste destino, mas lendo as publicações de colegas e os comentários sobre o caso, percebemos uma empatia por ele. A mesma empatia que FALTA aos demais seres humanos que foram tragados pelo crack e julgados por uma sociedade que não tem o menor pudor em demonstrar total aversão aquelas criaturas, das quais não sabemos nenhuma história. Quem eram, o que faziam, o que os levou até lá. Maioria de pobres, negros, "gente descartável", que não merece nossa compaixão e nem nossa surpresa.
Parece Deus nos testando não?
Porque nos dói ver um rapaz branco de classe média entregue a essas circunstâncias - porque é realmente muito triste tudo isso - e ao mesmo tempo não temos o mesmo olhar para os demais "moradores" da Cracolândia, se sequer temos qualquer conhecimento sobre suas tragédias pessoais?
Fica a reflexão.
Uma resposta cabível é que com o branco e classe média - muitos se identificam. Enxergam nele um ser humano. Com os pobres e negros, a miséria é mais do mesmo - já não causa nenhuma perturbação, ao contrário - tem mais é que sumir com esses vagabundos pra mais longe o possível.
Todos deveriam ser igualmente olhados com compaixão - porém uns merecem mais do que outros. Esse é o melhor ou PIOR Raio X desse caos e de quem somos nós...
Desculpe o incômodo.
Por Tico Santa Cruz.
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