Eles vêm em ondas como as de
um oceano mal-humorado focando seus aparelhos em algo mais sútil do que reggae enquanto
ao longe ecoa uma voz de édito imperial, cansado, brota forte, como amaldiçoada
horda seca, o exército Tuareg.
Ele toma praças, ruas,
avenidas e sobe nos monumentos.
No mundo conectado, pós-moderno,
soam suas demandas como estampidos nas rádios e televisões dos desatentos...
Poderes modernos e corrompidos
deixam as suas varandas e semiocultos, dizem ouvir tua voz, tuareg, e o que
cobras?
- vinte Centavos em subsidio
às caravanas da pétrea cidade
- Mais educação, saúde, e muito menos faraós
nas obras
- E sobretudo, vale tudo no
resgate da senhora honestidade.
Mas mesmo tão encolhido, o
sistema continua bruto, Brutus...
E solta nefastos marinheiros
num mar, que deveria ser deserto misturando no oceano do tuareg- a marujada de
cabo a rabo.
Ah, como sabemos, o mundo
tende a ser do mais esperto...
E todo espião, anseia em ser
servil; o velho clone do diabo veste seu elmo, e com velhacaria de um Anselmo
ataca:
- Destrói postos, picha prédios
e invade o templo civilizado - outros são presos, machucados, mas a polícia se faz
fraca, - sob um palácio, Itamaraty, profanado, ela vê o diabo e libera... Ele,
e outros, sabem: - o cabo diabo tem licença pra vandalizar.
Detida, só a meninada tuareg.
É isto que a gente tanto espera?
- Mas o sabujo, velho diabo –
bruto, é vândalo muito honesto!
Enquanto empreiteiros, abrigados
no estádio do faraó El Fifa, juram aos quatro ventos que gostam muito deste
protesto, o garoto tuareg arma sua tenda na frente da casa do Califa; estende
sua corda, e pendura um cartaz, que soa indigesto o parlamento acordado, sobressaltado,
sai de sua hibernação - mas o sabujo, velho diabo – bruto, é vândalo muito
honesto! Varam as noites tentando obedecer quem nunca obedeciam... votam,
correndo, o que o tuareg dita em seu rol de súbditos.
Desatentos, foram acordados pelo
pós-moderno, já aliciam... logo virão cansar paciências com seus ditos, ou
malditos.
Afinal descobriram que não são
mais nobres, são súditos...
- Mas o sabujo, velho diabo –
bruto, é vândalo muito honesto!
Deverá morrer de velho, uma
pensão vitalícia sob o elmo.
Há que desmascarar, neste mar,
o pirata e lhe darmos cabo.
Ou toda dignidade, nova, naufragará
diante do San-selmo. Mas o sabujo, velho diabo – bruto, é vândalo muito
honesto!
Por Feliciano Tavares Monteiro.
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