Cremos que muitos leitores se lembram da novela global "Que rei sou eu?". Nela um rei forjado por conselheiros suspeitos, acabou por gostar de mandar, de dá ordens e cometer desmandos, chegando ao ponto de querer mandar além do seu reino. O seu nome era Pichot e o reino se chamava Avilan. A comédia inspirada no Brasil da época, ainda se assemelha aos fatos pitorescos da política "tupiniquim", e que, estranhamente acontece em Paulo Afonso.
Retirando as meras coincidências da história fictícia e a realidade local, o comportamento do presidente da Câmara de Vereadores de Paulo Afonso, parece querer tornar-se um rei déspota no pequeno reino da "pirâmide apolonesca". Achando-se o dono das chaves da Casa do Povo, o presidente arbitrariamente adia uma Sessão Ordinária para outra data, sem que os vereadores fossem consultados, pois tal prerrogativa é exclusiva da "Câmara", ou seja: Câmara Municipal configura-se como a assembléia de representantes dos cidadãos do município, melhor entendendo, Câmara são os vereadores e não apenas um. Esta interpretação é clara na Lei Orgânica Municipal no seu Art. 35, capítulo XIV. Ao presidente é dada a prerrogativa da Reunião Extraordinária e nela se decidir, por exemplo, o adiamento de uma sessão.
"Sempre atendemos solicitação de adiamento de uma sessão por vários motivos, nunca nos opomos. Até horas antes do ínicio já adiamos em comum acordo para ceder o espaço para velórios", diz o vereador Celso Brito, que disse ainda, não ter sido consultado sobre o adiamento, apenas comunicado da decisão do presidente. Os vereadores da oposição descordaram da decisão, pois tinham interesses na sessão naquele dia, entre elas a discussao da CPI que investiga denúncia de improbidade na Administração da Câmara. "O presidente precisa entender que vivemos em uma democracia e não numa monarquia absolutista!", indignou-se o vereador ao encontrar a Câmara fechada e os funcionários dispensados do trabalho, mesmo tendo a bancada (6 vereadores) assinado um ofício descordando do adiamento sem justificativa.
Os vereadores decididos e apoiados regimentalmente avisaram que estariam na Câmara no horário previsto em Lei para a sessão ordinária e, assim a fizeram no saguão da Casa, sendo presidida a sessão pelo vice-presidente Osildo Alves, registrando em ata a sessão e convidando os presentes para a próxima sessão na terça, dia 30/03, no Plenário Josefino Teixeira. Evidente que a sesssão aconteceu dentro da legalidade, com a presença de mais de 1/3 dos edis. Tanto que, a sessão transferida para o dia 25 foi cancelada e a Câmara volta a normalidade na próxima terça.
Sobre acusações do presidente em programas de rádio, desabonando a conduta e a reputação dos vereadores da oposição, inclusive, se vangloriando que dá expediente integral na Câmara, e que os demais vereadores mal aparecem o lider da oposição responde: "Toda a cidade sabe que eu sou odontólogo e dou expediente diário em minha clínica. Não sou político profissional como alguns, mas estou quase todos os dias em meu gabinete na Câmara e recebo os que me procuram aonde eu estiver. [...] A psicologia forense explica que é comum quando uma pessoa é acusada e se sente acuada, começar a atacar o opositor na tentativa de mudar o foco da discussão. Ao invés de responder, lança outras perguntas contrárias", pontua o vereador Celso Brito.
Do Site do Ozildo Alves.
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