Organizações da agricultura familiar contam com investimentos para a conservação e uso sustentável dos ecossistemas



Com um conjunto de políticas públicas voltadas para a conservação e uso sustentável dos ecossistemas, associado à produção sustentável, 1.737 agricultores familiares e outras populações tradicionais do campo, serão diretamente beneficiadas com 14 convênios assinados com o projeto do Governo do Estado, Bahia Produtiva.

Serão investidos R$6,3 milhões para fomentar sistemas de produção de base agroecológica e da sociobiodiversidade, turismo de base comunitária e ações de recuperação ambiental, visando associar a melhoria das condições de vida da população rural com a conservação e uso sustentável da biodiversidade, mananciais e estuários em territórios selecionados.

As associações beneficiadas foram dos municípios de Baianópolis, Barreiras, Belmonte, Boa Nova, Botuporã, Canavieiras, Caravelas, Correntina, Ilhéus, Ituberá, Porto Seguro, Ubatã, Una e Vera Cruz.

Os convênios fazem parte do edital de projetos socioambientais voltados para conservação e uso sustentável da biodiversidade, que contemplam um total de 99 organizações produtivas em toda a Bahia e totalizam um investimento de R$ 22,5 milhões.

O edital é uma iniciativa do projeto Bahia Produtiva, executado pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), empresa pública vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), com recursos do acordo de empréstimo com o Banco Mundial. São parceiros na iniciativa, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema).

De acordo com o coordenador do Bahia Produtiva, Fernando Cabral, essa é mais uma ação do projeto na área ambiental. “Mais uma levada de convênios foram destinados para ações em reservas extrativistas, comunidades indígenas e comunidades no entorno de áreas de conservação ambiental, com diversas ações”.

Um dos convênios assinados foi com a Associação Beneficente de Pesca e Agricultura de Ituberá (ABPAGI). De acordo com o presidente, Domingos Conceição, há a possibilidade de empregar mais de 50 pessoas. “O mais importante é a geração de renda, porque a gente consegue abrir mais 50 novos postos de trabalho. E o agricultor, que estava derrubando a sua piaçava, não vai derrubar mais. Assim, a gente consegue preservar a Mata Atlântica e a expectativa é dar um crescimento à ABPAGI de mais de 40%, porque vai trabalhar toda a produção de vassoura e toda a cadeia produtiva da piaçava”.

O Instituto Sociocultural Brasil Chama África também será beneficiado. A presidente da organização, Mirian Conceição, explica que serão beneficiadas aldeias indígenas e povos de terreiro da Costa do Descobrimento. “Esse projeto é inédito. Vamos unir comunidades de povos originários, com descendência africana e a comunidade indígena, que já se encontrava aqui. Através do conhecimento pelas ervas medicinais, vamos construir hortos em casas de terreiro e nas aldeias, para tratamento fitoterápico. Mas vamos plantar também plantas comestíveis e um galinheiro, garantindo a segurança alimentar”.

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