Vida longa a Zé Dirceu.

 

Quando eu era criança me pegava lendo sobre diversas pessoas que marcaram a humanidade. E elas foram importantes para todos em suas áreas de atuação. Lembro de Graham Bell, um dos primeiros e que seu nome e sua criação não saíram mais da minha mente. Ele patenteou o “telefone” no início de 1876.

Nas artes eu me lembro de Shakespeare. Ele foi um poeta, dramaturgo e ator inglês, tido como o maior escritor do idioma inglês e o mais influente dramaturgo do mundo. E minha memória lembra de Romeu e Julieta, escrita por ele.

Kal Max, foi um filósofo, sociólogo, jornalista e revolucionário socialista. Escreveu “O Capital”. Obra que é usada até os dias de hoje para mostrar o conceito de mais-valia na economia. O termo foi ele e mostra à diferença entre o valor final da mercadoria produzida e a soma do valor dos meios de produção e do valor do trabalho, que seria a base do lucro no sistema capitalista.

No Brasil temos Tiradentes (Joaquim José da Silva Xavier). Acredito que todos os que frequentaram uma escola no Brasil sabem da importância dele para a luta na “Inconfidência Mineira” que reclamava do Rei, a cobrança de 1/5 de tudo o que era produzido nas minas do país. E foi morto e esquartejado por isso.

E como não lembrar sempre de Santos Dumont. Aeronauta, esportista e inventor brasileiro. Ele projetou, construiu e voou os primeiros balões dirigíveis com motor a gasolina. E é o Pai da Aviação mundial. Reconhecimento tido em 1906 no campo de Bagatelle na França quando o 14 Bis, primeiro avião a levantar voo através da propulsão foi registrado no mundo.

E como esquecer de Plínio Marcos e sua “Navalha na Carne” que em 1967 levou aos palcos Paulista a história de três personagens num quarto de bordel: a prostituta Neusa Sueli, o gigolô Vado e o homossexual Veludo. Eles falavam de suas vidas e suas marginalidades.

Na música Chico Buarque, o Cantor, compositor, dramaturgo, escritor é figurinha carimbada nas rodas de conversas. Se estão falando de gênios, com certeza alguém irá se referir a ele como um dos que devem ter as suas obras analisadas.

Zé Dirceu. Mineiro de Passa Quatro, nascido em 1946. Na juventude foi morar em São Paulo e lá iniciou a sua carreira política no movimento estudantil na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Foi do Partido Comunista Brasileiro até 1966. Ele foi Presidente da União Nacional dos Estudantes. Naqueles tempos lutava contra o regime militar que se instalou no Brasil através do Golpe de 1964.

A vida do Zé nunca foi fácil. Ele sempre esteve à frente das grandes ideias e decisões que mudaram o Brasil para melhor.

No dia 12 de outubro de 1968, quando da realização do 30º Congresso da UNE em Ibiúna, Minas Gerais, Dirceu foi preso, sendo levado a quatro prisões, e lá foi torturado.

Foi expulso do Brasil quando, junto com outros revolucionários, foram trocados pelo então embaixador americano Charles Burke Elbrick. Retornou clandestinamente ao pais. Foi Carlos Henrique Gouveia de Mello em Cruzeiro do Oeste, no Paraná. Com um rosto diferente, após plástica feita em Cuba. Que com a Anistia política feita em 1999, o Comandante retornou a Cuba e refez a cirurgia plástica. Voltou ao Brasil por São Paulo em dezembro do mesmo ano.

A volta de Zé Dirceu coincide com a criação do Partido dos Trabalhadores. Sendo em 1980 um dos seus fundadores. Desde o início esteve à frente de cargos importantes dentro da legenda. Foi secretário de formação política (1981-83) e Secretário-Geral do Diretório Nacional do Partido (1987-93). Coordenou a campanha pelas Diretas Já para Presidente da República, em 1984, representando o PT no “Comitê Intrapartidário Pró-Eleições”. Em 1986, foi eleito Deputado Estadual Constituinte em São Paulo pelo PT. Em 1990, se elegeu Deputado Federal por São Paulo. Foi um dos maiores opositores dos Governos Collor e Itamar Franco. Foi ele e Eduardo Suplicy quem deram entrada no pedido de criação da Comissão Parlamentar de Inquérito do esquema PC – Paulo César.

Em 1991, apresentou projeto de mudança global da Lei Orgânica dos Partidos Políticos e do Código Eleitoral, principalmente no que dizia respeito ao controle de gastos das campanhas eleitorais e financiamento de partidos políticos.

Entre 1991 e 1995, foi membro das Comissões de Constituição e Justiça, Defesa Nacional, Reforma da Legislação Eleitoral e Partidária, Ciência, Tecnologia e Comunicações.

Mas é na militância interna do Partido dos Trabalhadores aonde se percebe melhor a influência desse homem político na história do Brasil.

Dirceu foi um dos coordenadores e pensadores das campanhas vitoriosas que levaram Luís Inácio Lula da Silva à presidência da república. Sendo nomeado como Ministro-Chefe da Casa Civil. Era o articulador político do governo. E foi considerado o “Homem Forte” de Lula. Dirceu era o candidato natural do partido para suceder a Lula na Presidência.

Mas esta exposição na mídia gerou inveja na classe política e ele tornou-se o “alvo a ser destruído”. E a imprensa fez o seu papel o envolvendo em um crime do qual não estivera, sequer, presente. Ao publicarem um vídeo onde Waldomiro Diniz estava pedindo a Carlinhos Cachoeira, dinheiro. Foi o bastante para associarem, sem qualquer prova, a participação do Zé. A imprensa começava a caçada a pessoa mais importante do Partido dos Trabalhadores. Dirceu virou uma caça a ser abatida.

Foi então envolvido no chamado “Mensalão”. Escândalo de compra de votos no congresso nacional. No dia do seu julgamento, sem que tivesse uma única prova que o envolvesse, a ministra do Superior Tribunal Federal em seu voto declarou, “Não tenho provas contra Dirceu, mas vou condená-lo porque a literatura assim me permite”. Depois ficamos sabendo que o voto foi escrito por Sérgio Moro, então auxiliar da ministra.

Moro se tornou depois o Carrasco que condena sem provas, sem analisar o que as testemunhas de defesas declaram, simplesmente porque não teve tempo. E Zé Dirceu é uma de suas vítimas sem provas. Está condenado porque o juiz, que deveria ser imparcial, não tem provas, mas tem “convicção” de que ele teria cometido crime.

Enquanto Zé Dirceu passa por seu calvário na justiça, a militância petista constantemente lhe envia sinais de que não o abandonou, de que o espera para, quando reaver os seus direitos, de ir e vir por todo o país, de poder falar em público, de poder retomar as suas atividades partidárias, não o abandonará.

Zé Dirceu é chamado de Comandante entre aqueles mais próximos. É reconhecidamente a mente brilhante da política brasileira que ajudou a mudar a vida da população mais pobre. O gênio que ocupa aquele corpo não se entrega e não desiste de continuar lutando para que seja feita a justiça, que o Brasil retorne à normalidade após o Golpe contra a Presidenta Dilma Roussef.

Uma conversa com Zé Dirceu nos dá a impressão de estarmos diante de um jovem militante com seus sonhos de justiça social a serem buscados incessantemente.

A mente do nosso Gênio Petista trabalha sem parar, e o Partido dos Trabalhadores ainda precisa dele para caminhar.


Vida longa ao Comandante Zé Dirceu.

6 comentários:

Unknown disse...

grande verdade sou amigo do zé desde a juventude, sou testemunha de seu grande amor ao Brasil e ao povo brasileiro. Zé era o inimigo a ser destruído pelas elites deste pais que o fez com a complacência de muitos chamados "companheiros" foi traído por muitos, mas por outro lado respeitado pelos verdadeiros companheiros. Zé Dirceu é a principal liderança de esquerda deste pais, com propostas revolucionarias para realmente levarmos o Brasil a uma verdadeira Democracia, Popular, Revolucionaria e Socialista. Parabens por seu artigo.

Unknown disse...

Concordo totalmente

Ana Maria Leitão Vieira disse...

Muito bom companheiro. Reconhecimento necessário. O Zé merece todo o respeito. Nos deu muito mais do que demos a ele.

Eni Carajá disse...

Esse me representa

Unknown disse...

Sempre o admirei!

Unknown disse...

Sempre o admirei!