Funcionários públicos em Canindé denunciam “perseguição política”

Canindé de São Francisco, em Sergipe, não para de presentear a imprensa neste início de ano com notícias escandalosas. Agora, são funcionários efetivos que estão denunciando o afastamento de centenas deles das funções que exerciam há bastante tempo e que agora estão à disposição da Secretaria de Administração.

Há relatos de funcionários que estavam em funções há mais de vinte anos consecutivos, desde a época do prefeito Genivaldo Galindo, passando pelas administrações de Orlandinho Andrade, Pastor Heleno (Republicanos), Ednaldo da Farmácia e Weldo Mariano (PT), e que agora foram afastados.

A perseguição é tão grande, segundo as informações, que eles dizem que foi criado um perfil na rede social Instagram com o título “Votei em Kaká”. O objetivo é encontrar funcionários que declarem ter votado em Kaká Andrade, candidato que disputou com o prefeito eleito Machado Barbosa (União Brasil), e assim poderem ser perseguidos.

O que os funcionários dizem é que vão entrar na justiça contra estes afastamentos, já que todo o município precisa fazer um processo legal. Eles informam que a administração pode, segundo a lei, fazer mudanças, mas precisa fazer isso de forma administrativa e com uma justificativa muito bem embasada. Não basta dizer que “está em disponibilidade”, mas precisa fazer o ato dentro da lei.

Mandados de segurança devem ocupar nestes dias a justiça de Canindé com a assinatura de funcionários que se sentem injustiçados e perseguidos.

O afastamento de funcionários públicos por motivos políticos é considerado um ato discriminatório e é vedado pela legislação brasileira. A Lei nº 9.029/95 proíbe práticas discriminatórias para efeitos admissionais ou de permanência da relação jurídica de trabalho, incluindo a dispensa por motivos políticos.

Além disso, a Constituição Federal do Brasil, em seu artigo 5º, assegura que "ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal". Isso inclui a proteção contra perseguições políticas no ambiente de trabalho. A dispensa ou afastamento de um funcionário público por motivos políticos pode ser contestada judicialmente, e o funcionário tem o direito de ser reintegrado ao cargo ou de receber indenização em dobro.

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