As chuvas que estão caindo no
sertão desde o mês de janeiro já dão fruto na zona rural das cidades. Já se vê
terras aradas, outras sendo preparadas e algumas já com plantação feita. Muitos
sertanejos já festejam a fartura de alimentos em suas plantações.
Basta andar pelas estradas
vicinais que se percebe a mudança no cenário. A planta que estava morta,
ressurgiu com suas folhas verdes e muitas já dão frutos.
Valcleide é morador do Povoado
Serrote em Paulo Afonso. De tão feliz com as chuvas ele nos falou em verso. “A
chuva pros nordestinos é alegria sem fim, é o sustento certeiro de muitas
famílias, sim. É p prazer e o orgulho do homem que depende da terra. É o atender,
é o socorro daquele que nunca erra. Aqui a nossa alegria é ver água no chão e
depois plantar o milho, a maniva e o feijão. Plantamos também capim e o caroço
de algodão. Por meu amigo eu te confesso, e nisso não erro não, que alegria
nossa aqui do sertão é ver o trator com arado na roça rasgando o chão, ver o
milho plantado, ver o feijão enterrado e a água molhando o chão. E depois de
tudo isso, eu já posso te dizer que o prazer de quem planta é um dia poder
colher e saber que o seu sustento é fruto de sua de suas mãos. Não há alegria
no mundo, também não há comparação. Mas meu amigo eu te falo com uma dor no
coração que tudo isso não passa de uma mera ilusão. Se Deus não mandar a chuva
para molhar nosso sertão”.
Já na cidade, quando as águas
das chuvas chegam forte, o que não foi bem feito logo aparece.
Na entrada do Bairro Seriema
em Paulo Afonso, que fica ao lado do aeroporto da cidade, sempre que chove vira
um lago e casas são invadidas. Essa luta, segundo a Sra. Jessica Kelia, da Ong
Unidos Somos Mais, vive constantemente. Ela nos falou sobre os problemas que
surgem com as chuvas, principalmente no acumulo de águas na Rua Nova, que fica
ao lado do muro do aeroporto da cidade. Lá quando chove é um verdadeiro “Deus
nos acuda”.
“aqui o que tá faltando é um
saneamento básico, uma infraestrutura adequada para comportar todas as águas. Aqui
na minha casa já é a quarta vez que eu passo por isto. Já são quatro enchentes.
E o que a gente vê é que nenhuma atitude correta é tomada para mudar essa
situação. Eles até tentam, mas não é a correta. O que a gente quer é que eles
façam um estudo aqui na área para tirar esse acumulo de água”, disse ela.
Para Dona Jessica, há a
necessidade de que seja feito um canal na rua para suportar o volume de água
que desce das casas. Atualmente, parte da rua está interditada porque foi feito
uma escavação e não foi feito a nova cobertura. As pessoas estão reclamando do
odor de esgoto que entram nas suas residências, para um dos moradores, o ideal
era que “o prefeito Luiz de Deus visse passar um dia aqui, dormir uma noite
para ele saber como as pessoas estão vivendo”.
Se para a zona rural a chuva é
uma benção, para parte da cidade ela está se transformando em um problema.
Enquanto uns comemoram que a economia melhora, outros reclamam que perdem tudo.
E as águas de armo que fecham
o verão só estão começando a chegar, enquanto os políticos já batem nas portas
pedindo votos para a reeleição.
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