Carlos
Henrique Árabe é filiado ao PT desde 1985. Economista, com mestrado em
Ciência Política pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e doutorado
em Sociologia pela Universidade de São Paulo (USP), e hoje está na Secretaria
Nacional de Comunicação do Partido dos Trabalhadores.
A Secretaria Nacional de Comunicação do PT busca
ampliar e unificar os trabalhos de comunicação do Partido dos Trabalhadores com
o intuito de irradiar o diálogo da legenda por todos as regiões do Brasil. Ela
deve manter o padrão das peças jornalísticas e de publicidade do PT. Além
disso, tem a missão de desenvolver e ampliar a atuação nas redes sociais ao
lado da comunicação institucional do partido.
O Blog tem o privilégio de ser o primeiro como órgão
de imprensa, a entrevistar o Árabe após a sua nomeação apara o cargo dentro do
Partido. E como ele definiu, “Acho importante que seja para um militante da
comunicação e do Partido dos Trabalhadores”.
Vamos a entrevista:
Blog - Como o Partido dos Trabalhadores vai enfrentar a disputa
da comunicação nas redes sociais, onde milhares de militantes do PT estão, sem
coordenação, a defender a legenda?
Calos Árabe - Assumi a Secretaria Nacional de Comunicação do PT como membro da direção eleita no 6º Congresso do
partido.
Esse Congresso orientou o partido a lutar sem trégua contra
o golpe, por diretas já e por um novo governo que traga emprego, salário e
direitos ao nosso povo. Essa luta só terá sucesso com a mobilização em todas as
frentes, nas quais a comunicação é um espaço estratégico. Acredito que uma
melhor coordenação começa com direção e unidade política do PT.
Em outra dimensão, que também tem uma função estratégica, o
6º Congresso orientou realizarmos uma grande Conferência Nacional de
Comunicação ainda esse ano, buscando com isso uma comunicação participativa e
criativa, capaz de servir como ferramenta de consciência e organização
política.
Blog - Por quê esse distanciamento da secretaria de comunicação
com os Ativistas Digitais e por quê o contato se tornou quase que virtual?
Árabe - Há muito que fazer. Uma parte importante da energia
militante do PT e da esquerda está no ativismo digital. Esse ativismo é muito
combativo, é plural e tem crescido em escala geométrica. Seu papel político e
ideológico é enorme. Por sua natureza exige debate, participação e clareza de
posicionamentos. É nesse sentido que vamos trabalhar.
Blog – O PT errou quando no governo não fez a Lei dos Meios,
democratizando as Comunicações?
Árabe - Essa é uma das conclusões do 6º Congresso. A democratização da comunicação é parte
fundamental da democratização da sociedade. Ela não pode ser substituída pela
ilusão na neutralidade de meios de comunicação baseados na busca de privilégios
e lucro, controlados ferreamente por meia dúzia de bilionários.
Blog – O que impediu os Governos Petistas de buscarem essa
aprovação pelo Congresso Nacional?
Árabe - Também como reflexão do 6º Congresso, compreendemos hoje que
uma mudança dessa natureza dificilmente seria aprovada por um parlamento
conservador e subordinado à mídia conservadora. Assim, uma reforma democrática
radical como a dos meios de comunicação, para se viabilizar, precisa de
mobilização e inteligência para desmascarar as manipulações típicas da tv
globo, precisa de uma forte bancada parlamentar de esquerda, de um partido
decidido a fazê-la, e um governo com um programa democrático radical.
Blog – Após tomar posse na Secretaria de Comunicação do PT,
qual política será implementada na área?
Árabe - Vamos implementar as orientações do 6º Congresso (o cadernocom as resoluções está disponível aqui),
vamos propor uma comunicação de ampla participação com pluralidade e diálogo,
vamos propor uma comunicação capaz de contribuir para a organização coletiva do
PT e para a unidade da esquerda.
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