Tá na internet: Sem Luta, não há mudança! (Por Fabiano)


A nossa luta, diuturna, é para que essa vergonha futura seja substituída pela imensa certeza de que sem LUTA não há MUDANÇA!

Ainda hoje, comentei em sala de aula, que as vezes tenho a impressão de que estamos vivenciando mais um momento onde tudo me parece ser surreal. A cretinice política permitiu um quadro desenfreado de brutalidade, onde qualquer um, diz qualquer coisa, sem pensar o que qualquer um de seus atos pode causar.

Não bastasse a agressão sofrida por uma colega de profissão em Santa Catarina, por um jovem com longo histórico de violência e o quanto isto tem sido usado para justificar a campanha da Maioridade penal, hoje, na noite terça a feira, há algumas poucas horas veio a público o vídeo do Deputado federal fundamentalista Marco Feliciano. Em um momento onde a indignação da agressão à colega é alta, e isto é natural, o deputado federal se utiliza de sua imunidade parlamentar para confundir, acusar, e aumentar a campanha de ódio no país.

Em primeiro lugar, alega que a professora não deveria abrir queixa contra o estudante por ela se definir como Freireana. Pois bem, Paulo Freire é quase unanimidade quando debatemos Educação. Seu método de alfabetização social é tido pela Unesco como o mais avançado do Mundo por combinar capacidades cognitivas e mnêmonicas. O "método Paulo Freire" foi adotado por diversas organizações internacionais na alfabetização de jovens e adultos em situação de pobreza extrema e risco. No Brasil, ele foi proibido pela Ditadura Militar. Em momento algum Freire justificaria a violência. Freire era cristão e não mais um pastor televisivo que vive parasitando a política com o dinheiro dos pobres fieis. Paulo Freire pregava a horizontalização da educação, o aprendizado conjunto, mas nunca, em hipótese alguma a violência, de ambos os lados. Freire, morto há 23 anos, não merece ser ofendido por um safado asqueroso como este senhor, que responde por homofobia, racismo e assédio.

Segundo: Feliciano se utiliza de uma publicação da professora, em relação aos políticos profissionais, para justificar seu discurso. Induz os incautos a acreditar que ela é vítima da mesma intolerância que prega. Não, ela não prega a intolerância a dizer que não suporta Dória e o senhor Bolsonaro. 

Qualquer pessoa com o mínimo respeito a si mesmo, não pode defender um senhor (Dória) que prega que mendigos devem ser removidos das ruas com jatos de água - o que soa como "enxota-los". Da mesma maneira, não preciso me esforçar para dizer que os eleitores de Bolsonaro são desprovidos de conhecimento político. Se o fossem, saberiam que o ódio que ele prega chega a todos os cantos da sociedade. Participar de campanhas para barrar uma campanha de ódio não é intolerância, e sim, resguardar o espaço democrático. Dória, em algum aspecto é tão intolerante quanto Bolsonaro: se o segundo prega a violência física, a violência sexual e a verbal contra as minorias, o segundo esconde tudo isto pregando a violência econômica - que chega a ser pior em alguns casos por que se mascara através do senso comum e traz consigo todas as outras já citadas acima.

Por fim, é preciso dizer que sou professor de História e a Arte-educador. Leciono para adolescentes há alguns anos, e vou continuar mantendo a relação horizontalizada com eles. Isto não me faz ser melhor ou pior do que outros colegas, mas apenas o que eu me propus a ser: educador. E ser educador é muito mais do que ser professor, segundo já diria o próprio Freire. Assim, continuo acreditando que não são atos isolados (sim, por que o pastor faz parecer que isto é uma Onda e que merece intervenção militar), ainda que em número alarmante, que justificariam a maioridade penal. É assustador ver que a Igreja Neopentecostal elegeu um homem tão mal informado: O Brasil não inocenta infratores. Pelo contrário: as medidas adotadas no Brasil são praticadas a partir dos 12 anos contra a maioria da União Europeia, que as adota aos 14 anos. Lá, entretanto, as escolas são de tempo integral. E sim: o estudo é laico e as constituições garantem o amplo debate nas salas de aula. Fato este que assusta o senhor Pastor Marco Feliciano, que defende a Liberdade de Mercado e ao mesmo tempo a Lei da Mordaça. Interessante não?
Mais uma desinformação? Sim, é considerável, como quer o Pastor, pensar que há um aumento dos números de infrações cometidas por menores e crimes cometidos por jovens contra adultos. O número de mortes de adultos cometidos por menores aumentou de 1980 e 2011 (31 anos) em 16%. O que o pastor não sabe é que no mesmo período a matança de menores por adultos aumentou 301%. Estamos vivenciando um Holocausto urbano, uma guerra civil disfarçada, e o Pastor se utiliza covardemente (por que é um covarde, explorador da boa-fé, homofóbico e racista) para expor uma trabalhadora e manobrar o seu discurso, inclusive se utilizando das imagens da dor alheia para fazer campanha presidencial para Jair Bolsonaro. Sem qualquer pudor ou respeito pela condição de exposição dada a ela. Volto a dizer: covarde. Marco Feliciano é um covarde. Por que é homem, por que é rico, tem imunidade parlamentar e mais do que isto, está blindado pelo bando de cretinos que cerca o país em campanhas de ódio. Assim, expõe as pessoas ao ridículo, manobrando as Massas que explora com seu discurso de piedade cristã, sendo que por detrás, sequer sabe o que é isto. Vive da Luxuria e da soberba enquanto prega o voto de miséria aos seus cordeiros.

O maior favor que este senhor pode fazer à sociedade brasileira é desaparecer da política. Estamos fartos de tanta hipocrisia e de Campanhas de ódio, disfarçadas de piedade cristã. Tenho certeza de que Jesus Cristo ao ver isto, teria ânsia de vômito e vergonha, e diria sua célebre frase, registrada no Livro de Mateus:

"Pois muitos são os que virão em meu nome, proclamando: ‘Eu sou o Cristo!’, e desencaminharão muitas pessoas".

Qualquer reclamação, mandem este covarde, aproveitador da boa-fé, vir debater comigo em reunião aberta.

Por Fabiano.

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