UM SOFRIMENTO (CHAMADO) REGIONAL.

Quem é usuário do serviço da Viação Regional sabe o martírio que é depender desta empresa. Depender, no sentido mais literal do termo, pois a mesma detém o monopólio dos transportes intermunicipais da maior parte dos municípios, entre Salvador e Paulo Afonso.
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Ônibus desconfortáveis, invariavelmente com o ar em péssimo funcionamento, ou mesmo sem funcionar, consequentemente com as janelas vedadas e um calor infernal. Pelo menos duas vezes vivenciei o ar condicionado parar, e tivemos que continuar no carro entre abanos e sentimento de impotência.
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Falando em janelas lacradas, é tragicômico quando entramos em Paiaiá (Nova Soure), cujo sucateamento dos carros faz entrar uma nuvem de poeira, já que a estrada se encontra em péssimo estado, onde o asfalto praticamente não mais existe. Depois desta experiência ninguém precisará conhecer o Saara, a tempestade de areia em laboratório automotivo já da uma idéia.
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Aberração constante da Viação Regional também é a utilização dos Micro-ônibus para viagens com distâncias superiores a 150km. Gordos e magros, altos e baixos, crianças e adultos, todos espremidos num cubículo sem acessibilidade, onde as poltronas sequer permitem recostar para descansar durante a viagem, assim como a circulação sanguínea é passível de ser comprometida, por conta das pernas travadas durante o trajeto.
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Realmente o passageiro não é uma prioridade para a Regional. Mas por que seria se monopoliza tudo? Foi ela, por exemplo, que de maneira mesquinha brigou contra a gratuitade para as pessoas de terceira idade, cuspindo no Estatuto do Idoso.
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Se já não bastasse tudo isso, há indícios que a empresa está fazendo circular um ônibus mórbido. Salvo engano, o carro de Sítio do Quinto seria um carro da Jauá que sofreu um acidente vitimando 14 pessoas. O carro teria sido recuperado, mas continuaria com os mesmos estofados, na ocasião empapados de sangue. Quem já andou diz que o carro fede muito, um cheiro de sangue insuportável, provavelmente misturado com os odores já nada agradáveis dos ônibus.
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Diante de tudo isso, no entanto, não adianta chorar, espernear, nem reclamar na AGERBA. Os escândalos recentes nos dizem tudo, explicam, desesperam, imobilizam a todos.
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Parafraseando o ditado popular: estamos num mato sem cachorro, e à espera de um ônibus da Regional.

Ninguém merece.
Do Blog Ribeira do Amparo

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