Quando os blogs apareceram não se deu muito crédito a eles. Como sempre a juventude aderiu primeiro e apareceram diários públicos no formato blog. Reflexões sobre a vida tal como eram feitas nos diários tradicionais mas abertos ao público.Nada de se estranhar , como se sabe uma das tendências da cultura moderna é a não valorização da privacidade, nem sua nem alheia. Depois deste modismo inicial os jornalistas aderiram em massa ao fenômeno blog. Hoje é praticamente impossível um grande jornalista não possuir um. A massificação deste modelo é enorme: poetas, contistas, pessoas que gostam de desenho, música, fotografia, etc. Sobre esta última forma de arte é bom frisar que apareceram os fotologs e hoje a pirataria da música migrou para blogs especializados no assunto.
Qual a vantagem do blog? A facilidade de fazê-lo. Como se sabe o primeiro espaço de uso individual na internet foi o sítio (aqui no Brasil conhecido pela palavra estrangeira “site” ), mas os sítios são difíceis de se fazer , precisa-se de alguém especializado para construí-lo, enquanto o blog é de uma simplicidade incrível.
A massificação do blog é um fenômeno que aponta na direção da democratização da informação. Qualquer pessoa pode montar um blog e nele dar opiniões sobre qualquer assunto. Alguns analistas não vem com bons olhos esta massificação. Apontam para o perigo da ditadura dos “não especialistas”. Como qualquer um pode montar seu blog avoluma-se na internet uma grande quantidade de opiniões errôneas, absurdas e até mentirosas sobre os diversos assuntos. Isso é verdade, mas sempre foi esse o risco da democracia. Nem sempre todas as opiniões ditas na Ágora grega eram sábias. O medo da democratização da internet é um velho medo que as elites tem da democracia. Afinal qual a vantagem de uma ditadura de “especialistas”?
A multiplicidade de blogs nada mais é que um espelho da multiplicidade de opiniões na sociedade. Blogs racistas, homofóbicos, de fanáticos religiosos, de aberrações direitistas de todos os formatos disputam espaço com blogs progressistas, defensores da razão e divulgadores da cultura. Cabe a quem acessar a internet filtrar as informações e rejeitar o que não presta.
Recentemente um novo formato apareceu na internet: o Twitter. Também editor de texto mas com limitação de caracteres. Uma frase apenas. Como sempre a juventude passou a frente e hoje é difícil encontrar um adolescente que não possua um Twitter.
A revolução provocada pela internet ainda não acabou e novos formatos poderão surgir. O blog é, literalmente, uma página importante nessa história.
Aristóteles Lima Santana, 21/12/2009.
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