A cena, que se repetiu em outras capitais, não foi por
acaso. Analistas políticos apontam que o uso ostensivo de símbolos
norte-americanos é parte de uma estratégia para associar o bolsonarismo a uma
ideia de “liberdade” importada, tentando colar no imaginário popular a imagem
de que o Brasil deveria seguir o modelo político e econômico dos EUA.
O contraste com a postura do governo Lula é evidente.
Enquanto manifestações bolsonaristas empunham estandartes estrangeiros, o
Planalto reforça acordos internacionais que preservam a autonomia brasileira e
investe em políticas que fortalecem a indústria, a agricultura familiar e a
cultura nacional.
Especialistas lembram que a apropriação de símbolos externos
não é inédita, mas ganha contornos perigosos quando usada para legitimar
ataques às instituições. “É um recado político, eles se veem como parte de um
movimento global contra governos progressistas”, explica a cientista política
Mariana Lopes.
Nas redes, militantes progressistas reagiram com ironia e indignação. A hashtag #BandeiraÉDoBrasil viralizou, acompanhada de fotos de manifestações históricas em que o verde e amarelo era símbolo de união, não de divisão.
No fim, a guerra das narrativas segue acirrada. De um lado,
quem prefere vestir a camisa de outro país; do outro, quem insiste que a
democracia brasileira se defende com as próprias cores.
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