“Vamos recuperar nosso quintal.”
— Pete Hegseth, secretário de Defesa dos EUA, em discurso no US Army War College (23/04/2025)
A agressão dos EUA ao Brasil, interrompendo uma negociação
que apenas se iniciava — por iniciativa nossa, aliás —, vem sendo recebida pelo
que ela é: intempestiva e isenta de qualquer sorte de causalidade. Em síntese,
essencialmente ilegítima, como toda intervenção estrangeira na ordem política
de um país independente. Seu caráter é ostensivamente político (a aparência
econômica do tarifaço é apenas um disfarce) e se apresenta como insólita
punição a um país soberano.
O Brasil é acusado de, nos rigorosos termos de sua
Constituição, estar, por intermédio do poder competente, julgando os crimes de
uma quadrilha de delinquentes (civis e militares) que, valendo-se inclusive do
aparelho público, intentou um golpe de Estado contra o sistema representativo.
Vitorioso, o assalto da extrema-direita frustraria a manifestação eleitoral da
soberania popular, feriria de morte a democracia há tanto custo humano posta de
pé e embarcaria o país no desvão de uma ditadura neofascista. A partir daí... o
inferno seria o limite.