Eu estou zero preocupado com esse papo de "frente ampla".
A única possibilidade de haver um frente dita "ampla" contra Bolsonaro é se a esquerda por acaso decidisse apoiar um candidato da direita liberal.
Afinal, a direita liberal mostrou em duas eleições consecutivas que, entre a esquerda e Bolsonaro, ela vota tranquila em Bolsonaro e ainda faz charminho.
O que eu quero saber mesmo é se aquele setor que se auto-intitula "centro-esquerda", e que abriga dentro de si parte da direita liberal, terá ou não disposição de construir uma agenda em defesa do desenvolvimento e da igualdade pro Brasil
O resultado deste 2° turno não muda em nada que aconteceu de mais importante nessas eleições para nós.
Em 2016, a esquerda havia chegado no 2° turno em apenas 8 cidades. Teve cerca de 800 mil votos. E ganhou apenas em duas. Em 2020, chegamos em 18 cidades. Tivemos três milhões de votos. Ganhamos em cinco.
O eleitorado governado pelo PT e do PSOL a partir de 2021, respectivamente 6,05 milhões e 1,58 milhões, serão maiores do que aquele dos quatro últimos anos (5,85 milhões e menos de 50 mil).
Aliás, foi a frente de esquerda, e não a tal "ampla", que elegeu Edmilson em Belém. Que levou Manuela e Marília ao segundo turnoem Porto Alegre e Recife. Que elegeu o PT na terceira e quarta maiores cidades de Minas Gerais. Que fez o chão da praça estremecer com Boulos em São Paulo.
Ao contrário da eleição terra-arrasada de 2016, a esquerda retomou a iniciativa, voltou a crescer nas grandes cidades e constituiu um ambiente de unidade politica que há muito tempo não existia.
Além disso, entre derrotas e vitórias, consolidamos um conjunto de novos e belos quadros políticos pelo país, como também há muito tempo não se via.
Estamos saindo de 2020 com algo que não tínhamos nenhum sinal em 2016: estamos saindo com perspectiva.
E é esse horizonte, de luta social e de unidade, que deve orientar qualquer estratégia sobre 2022.
Quem quiser que viva de desesperança. Eu não.
Por Gabriel Oliveira.
Tá na Internet.
Nenhum comentário:
Postar um comentário