Aprendizes de fascistas em Recife


 A cidade do Recife no Estado de Pernambuco, que em passado recente acolheu Dom Elder Câmara. Aquele que soube enfrentar a ditadura militar dos anos 60 de cabeça erguida. Que teve em Francisco de Assis França, que mesmo nascendo em Olinda, foi nos mangues da capital que buscou a sua inspiração que o levou ao mundo e ficou conhecido como Chico Science. Teve Joaquim da Silva Rabelo, o Frei Caneca, que participou da Revolução Pernambucana e ajudou a fundar a república e ainda organizou o primeiro governo independente da Região. Mas se há alguém de quem todos lembram quando se fala em luta por justiça social e governo democrático, este é Miguel Arraes. Nascido em Araripe, mais um cearense que por lá montou morada.

E é deste último, o Arraes, que no dia 29 de novembro de 2020, dois de seus descendentes estão disputando a vaga de prefeito da capital pernambucana. No primeiro turno o João Campos (PSB), teve 29,13% dos votos validos e a Marília Arraes (PT), com 27,90%.

Já nas primeiras pesquisas de intenções de votos para o segundo turno, Marília assumiu a liderança chegando a colocar oito pontos de vantagem, criando um tsunami entre aqueles que acreditam ter direito adquirido sobre as administrações municipais e estadual, os donos do PSB.

Marília já tinha sido rifada em 2018, quando pretendeu se candidatar ao Governo do estado. Naquele momento o PT – Partido dos Trabalhadores, preferiu apoiar a reeleição do governador Paulo Câmara (PSB). O que restou a Loira foi ser candidata à deputada federal, e ser eleita com uma grande votação no estado.

Agora em 2020, Marília, mais uma vez peitou seu partido a nível estadual e algumas figuras de expressão nacional que declaravam publicamente que o “melhor” seria, mais uma vez, capitular ao PSB, que já dava mostras querer distanciamento do PT. Ela mostrou que estava certa em sua pretensão.

Com sua popularidade em alta e o PSB vendo que seu pimpolho está para perder a eleição no Recife, o segundo turno se tornou um laboratório do que há de pior em disputa eleitoral no Brasil. Começaram a circular nas redes sociais acusações das mais baixas, deferidas contra a candidata e mulher. Muitas delas vindas, inclusive, de filiados ao partido dos trabalhadores de Recife.

Cartazes surgiram em vários cantos da cidade com imagens e textos demonizando a candidata e o seu partido. Marília denunciou ser obra da campanha do seu opositor e primo, João Campos. Ele nega! Mas quem teria mais interesse nestas informações falsas que estão circulando nas redes sociais e nas ruas da cidade? Quem produziu, quem pagou e quem autorizou a distribuição de panfletos apócrifos distribuídos por pessoas pagas em todos os bairros do Recife? Quem? Quem?

Se comprovadas as acusações de Marília, a Campanha de João Campos está sendo o embrião das práticas fascistas a serem adotadas em outras eleições no futuro. Nem à direita, com Bolsonaro e seu Kit Gay e a Mamadeira de Piroca, foram tão longe no quesito Fascismo. Ele, claro, só se é insuperável na facada. Mais sobre este assunto a história ainda irá falar muito.

Marília Arraes não pode ficar só. O Partido dos Trabalhadores e suas lideranças precisam tomar atitudes. Não basta notas públicas condenando a prática fascista da campanha opositora e de filiados, que precisam ser expulsos após as eleições, por disseminarem notícias falsas contra a candidata. O PT precisa ir ao encontro da candidata com a presença na cidade de nomes como Lula, Gleisi, Haddad, Dilma e quem mais puder ajuda-la.

Marília não pode ficar só!

Marília está sendo atacada por aprendizes de fascistas.

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