A vitória de Pirro dos deuses



Não é de hoje que este termo é usado para mostrar que nem sempre quem ganha é o verdadeiro vencedor. Neste caso específico  que falarei hoje, a “vitória” do atual prefeito Luiz de Deus em sua reeleição na cidade de Paulo Afonso na Bahia no último domingo 15, casa muito bem para ilustrarmos a situação. 

Mas vamos começar por relembrar o porquê do termo “vitória de Pirro”. Que é quando a expressão é usada para se referir a uma vitória obtida a alto preço, potencialmente acarretadora de prejuízos irreparáveis. E olha que as dificuldades para a cidade já começaram mesmo antes da eleição.

Com 23.015 votos, o atual prefeito foi declarado o vencedor do pleito eleitoral. Mas a aflição que tomou conta dos coordenadores de sua campanha e possivelmente dele, só foi aplacada nas últimas urnas eleitorais vindas da Zona Rural da Cidade. 

Mário Galinho, a novidade eleitoral do domingo, teve exatamente 22.210 votos. Durante a maior parte da apuração dos votos, esteve sempre na liderança e se chegou a acreditar que Paulo Afonso teria um novo prefeito. 

Anilton Bastos, que lutou bravamente, assim como os demais na oposição contra a máquina oficial, teve 12.074 votos. 

Vá somando, para não perder o raciocínio! 

Ainda teve o Capitão Paes. Um Bolsonarista de carteirinha com 661 votos. O péssimo neste caso é saber que ainda existe na cidade um número de pessoas que louvam o que prega esta horda, de gente que comungam com a violência, como forma de governo contra os seus adversários. Triste isto! 

Para não nos esquecermos dele, teve o Robson com 72 votos. Que se somam aos 1.273 de eleitores que optaram em votar em branco, não escolhendo nenhum dos candidatos. 3.789 foram às urnas, mas anularam o voto, e 21.657 eleitores deixaram de votar, se abstiveram de dar opinião a atual situação administrativa da cidade. 

Somados os votos de oposição a Luiz  de Deus que foram dados, chegamos ao total de 35.015. Este é o número de pessoas que votaram contra a atual administração, que rejeitaram a forma de governo que vem sendo praticada na cidade. 

Se ainda pegarmos estes 35.015 e somarmos aos brancos, nulos e as abstenções, teremos 61.736 votos, que não concordam com o que acontece na prefeitura da cidade. E isto é 68,37% (sessenta e oito, virgula, trinta e sete) de eleitores, que rejeitaram nas urnas o atual prefeito e sua administração. 

Luiz de Deus ganhou pelo que determina a Lei Eleitoral, que diz que se sagra vencedor aquele que obtiver a maioria dos votos na eleição. Mas foi uma vitória de Pirro. Aquela com sabor de derrota, de quem sabe que a maioria esmagadora da sociedade rejeitou o seu projeto de governo, a forma como vem sendo conduzida a administração municipal com denúncias quase que diariamente sendo postadas na imprensa local de desvios de conduta. 

Já começou um novo período, com ele já surgiu à informação de aditivos para a empresa de comunicação no valor de milhão, a contratação de empresa de advogados na ordem de milhões, e as demissões começaram a aparecer no diário oficial. As pessoas começaram a ser descartadas. Muitas delas não perceberam ainda que só foram usadas em plena pandemia do Coronavírus para aumentar a claque que ia às ruas fazer número nas caminhadas, em busca de convencer a população. 

Vencer com sabor de derrota, deve ter um gosto amargo!

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