Tá liberado a compra de votos e as fakes news nas eleições

Não é de hoje que as notícias de compras de votos em eleições no Brasil ocorrem. No passado não muito distante, a imprensa falava sobre isto eleições após eleições sempre se referindo ao Nordeste do país como sendo a região onde acontecia. Era como uma chaga a ser exposta para todos verem o quanto o povo dessas terras seriam atrasados. Venderiam seus votos por comida. 


E a bem da verdade, ocorria e continua a ocorrer este sistema que, já institucionalizado, sempre ocupou todo o país. A chaga não é regional, ela está impregnada em todo o Brasil. De Norte a Sul, de Leste a Oeste, há notícias com provas documentais da compra de votos postadas em redes sociais, e na imprensa. Aquela imprensa séria, ainda resiste em informar corretamente.


A coisa foi tão descarada no primeiro turno que, se confirmadas todas as denúncias existentes, podemos afirmar que quadrilhas de bandidos eleitos vão assumir câmara de vereadores e prefeituras em quase todas as cidades brasileiras. 


Cimento, cesta básica, colchões, bicicletas e dinheiro vivo foram moedas de troca por votos. Mas se há o político que compra, há também o eleitor bandido que vende o voto. A coisa é tão safada que o cabra, em todo o Brasil, vende, entrega e passa recibo. Que consiste em tirar foto ou fazer um vídeo do momento de sua votação para comprovação junto ao político meliante. 


E se não bastasse à compra de votos, outra forma de fraudar as eleições, que está institucionalizada, são as chamadas Fake News, que no bom e velho português nada mais, nada menos, são falsas notícias disseminadas contra candidatos, geralmente da esquerda com desinformações, quase sempre envolvendo o tema religioso. 

Já tivemos a mamadeira de piroca, o kit gay e agora, quando é contra uma candidata, o material vem com “aborteira”, “quer queimar a bíblia”, “sapatona” e muitos outros que envolvam questionamentos religiosos. Como se cada uma dessas mulheres defendessem algo assim. 


As postagens, e distribuição de materiais com conteúdos agressivos contra candidatos e candidatas da esquerda, tem um alvo específico que é o público evangélico. E mostram que estão logrando êxitos com suas ações. Casos como das candidatas Marília Arraes (PT) no Recife e Manuela D´Avila PCdoB) em Porto Alegre, Boulos em São Paulo (Psol) e do candidato a prefeito em Feira de Santana (PT), Zé Neto, mostram que há algo muito errado e que precisa de um concerto.

Em São Paulo tem vídeo mostrando a distribuição de cestas básicas com carro de som do candidato Bruno Covas. É a prostituição do sistema eleitoral ao vivo e cores e nada foi feito, e nada parece indicar que será feito. Ele será diplomado, mesmo com todas as provas existentes? 


Tudo isto acontecendo por todo o Brasil e a Justiça Eleitoral anestesiada não consegue realizar o seu trabalho, que é o de manter o pleito eleitoral dentro das regras do jogo. 


Enquanto candidatos e candidatas eram atacados em pleno horário eleitoral, os Tribunais Regionais Eleitorais levavam dias para dar um direito de respostas. Quando o estrago já estava feito. Ruas eram invadidas por pessoas distribuindo matérias apócrifas contra Marília, e nada foi feito que pudesse impedir. O silêncio culposo é ensurdecedor. 


Se todos e todas que, mesmo com todas as informações públicas de compra de votos e distribuição de falsas notícias, assumirem mandatos em câmaras de vereadores e prefeituras, a justiça eleitoral brasileira terá sido cúmplice de todos os delitos praticados por bandidos durante as eleições de 2020.

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