Projeto,
iniciado em março, reúne em portal online, o registro fotográfico,
georreferenciamento e memória histórica de 69 casas de Axé da região.
Nos próximos dias 25 e 29 de novembro, ocorre o lançamento
do Portal Sagrado, plataforma online que reúne o mapeamento dos terreiros de
matriz africana de Candeias e São Francisco do Conde. Os dois municípios
recebem o lançamento do projeto: no dia 25, às 9h, no Ilê Asè Oyà Tolà,
localizado no distrito de Passagem dos Teixeiras, em Candeias; e no dia 29, às
9h, na Câmara Municipal de São Francisco do Conde. Ambas cerimônias vão reunir
lideranças religiosas e representantes governamentais.
O projeto iniciado em março deste ano é uma iniciativa da
Associação dos Amigos do Ilê Asè Oyà Tolà e tem apoio financeiro do Governo do
Estado, através do Fundo de Cultura, Secretaria da Fazenda e Secretaria de
Cultura da Bahia, contemplado por edital administrado pelo Centro de Culturas
Populares e Identitárias (CPCI). O projeto conta também com a parceria da
Secretaria de Direitos Humanos, Cidadania e Juventude, Secretaria de Turismo e
Secretaria de Cultura de São Francisco do Conde.
Informações históricas, visuais e geográficas de 69 casas de
Axé da região, sendo 40 localizadas em Candeias e 29 em São Francisco do Conde,
compõem esta importante iniciativa, que mobilizou a maioria dos terreiros da
região para sua construção. No portal, o internauta também terá acesso a
fotografias, textos, mapas temáticos e memória dos terreiros, além de dados
sobre legislação, links e orientações para os religiosos sobre os direitos e
proteção das religiões de matriz africana frente aos processos de violência e
intolerância religiosa.
De acordo com o coordenador e fotógrafo do projeto, Maurício
Reis, o principal objetivo do mapeamento é possibilitar a implementação de
polícias públicas voltadas aos povos de terreiros, sobretudo nos municípios
mapeados. “Dessa forma, esperamos promover o fortalecimento da cultura
brasileira, a identidade de um povo, o reconhecimento e a valorização dos
espaços sagrados como fomentadores de cultura, visando também o combate a
intolerância religiosa”, completa Maurício, que também é Ogã do Ilê Asè Oyà
Tolà.
A Associação dos Amigos do Ilê Asé Oyá Tolá – Ilê Ayó,
fundada em 24 de julho de 2002, é uma entidade sem fins lucrativos e tem como
objetivo a defesa da diversidade cultural, através do combate às desigualdades
sociais, cultural e econômica. A associação promove e realiza ações
sustentáveis que contemplem a melhoria da qualidade de vida dos povos, através
da prestação de serviços à comunidade de Passagem dos Teixeiras, tal como
atendimentos com profissionais na área de odontologia, apoio na educação
escolar, entre outros.
Fundo de Cultura do Estado da Bahia (FCBA) – Criado em 2005
para incentivar e estimular as produções artístico-culturais baianas, o Fundo
de Cultura é gerido pelas Secretarias da Cultura e da Fazenda. O mecanismo
custeia, total ou parcialmente, projetos estritamente culturais de iniciativa
de pessoas físicas ou jurídicas de direito público ou privado. Os projetos
financiados pelo Fundo de Cultura são, preferencialmente, aqueles que apesar da
importância do seu significado, sejam de baixo apelo mercadológico, o que
dificulta a obtenção de patrocínio junto à iniciativa privada. O FCBA está
estruturado em 4 (quatro) linhas de apoio, modelo de referência para outros
estados da federação: Ações Continuadas de Instituições Culturais sem fins
lucrativos; Eventos Culturais Calendarizados; Mobilidade Artística e Cultural e
Editais Setoriais. Para mais informações, acesse aqui.
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