Com um discurso direto, Jerônimo afirmou que “saúde mental não é luxo, é urgência” e que o governo vai ampliar o número de Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) no interior, reforçar equipes de atendimento nas escolas e criar um canal 24 horas para acolhimento e orientação. A medida, segundo ele, é fruto de diálogo com profissionais da saúde, movimentos sociais e familiares de vítimas.
A Bahia, que já vinha sendo referência no Nordeste em
programas de atenção básica, agora mira um desafio ainda mais complexo que é o
de enfrentar o tabu que cerca o sofrimento psíquico. “Não podemos aceitar que a
depressão e a ansiedade sejam tratadas como frescura. É dever do Estado
garantir que cada baiano tenha onde buscar ajuda”, disse o governador,
arrancando aplausos de servidores e representantes de entidades.
O Partido dos Trabalhadores, que governa o estado desde
2007, aposta que a iniciativa vai além da pauta da saúde: é também um gesto
político de enfrentamento à indiferença. Ao colocar o tema no centro da agenda,
Jerônimo sinaliza que o cuidado com a vida é prioridade, mesmo em tempos de
cortes orçamentários e disputas eleitorais.
Especialistas ouvidos pela reportagem destacam que a
estratégia baiana combina prevenção, atendimento e reinserção social, algo raro
em políticas públicas no Brasil. “Não é só sobre evitar mortes, é sobre
devolver dignidade”, resume a psicóloga e pesquisadora Ana Paula Mendes.
Enquanto outros estados se limitam a campanhas pontuais, a
Bahia transforma o Setembro Amarelo em ponto de partida para um programa
permanente. E, se depender do governador, o recado está dado à política do
cuidado não é promessa de palanque, é compromisso de governo.
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