MORO NÃO TEM DIMENSÃO HISTÓRICA. E A HISTÓRIA? (Por Charles Carmo)


Volto ao tema, por teima. Como só temos uma vida, estamos referenciados pelo nosso tempo, que é único para nós. Ocorre que esse nosso tempo não é nada na história natural. A história é longa. 

Moro vê a caravana de Lula pelo Nordeste, já pode acompanhar pelas redes as imagens de Lula sendo tratado como o estadista que é pelos governos estaduais e municipais e sendo recebido de forma apoteótica pela população nordestina. 

Lula é um mito. Não é que ele "pode virar um mito", ele já é. E, mesmo vendo isso, Moro, o vaidoso, se expõe a assistir a estréia nos cinemas do grampo ilegal que ele autorizou e depois pediu escusas ao STF. Ele faz questão de ratificar a perseguição perante o povo que recebe Lula em sua Caravana. A vaidade, emancipada, lhe pega a qualquer hora. 

Moro, o vaidoso, não tem dimensão histórica. Não entendeu que Lula já está na história como um Mito. Um gigante da política nacional, amado pelo seu povo. Um homem que é condenado e, por isso mesmo, se agiganta, levantado pelo povo. E Moro não percebe sequer que o Brasil não é Curitiba, quanto mais perceber que a lata de lixo da história já se abriu e - olha quem está lá? 

A moral da história é que a história é longa. Moro acha que ganhou. E não percebe que a sua " vitória" jurídica é sua condenação histórica. E não é sequer vitória jurídica.

Talvez por isso, além de vaidade, tenha a ilusão de que o filme lhe assegura a narrativa popular dos fatos. Não tem a dimensão moral e histórica, avilta o réu e a justiça. Tolo. 

E nem olha para a tampa da lata de lixo da história, completamente escancarada, mas já se fechando sobre ele. 

Moro não entende sua finitude. E, do outro lado, não compreende que os mitos não morrem. 

Ele não tem dimensão histórica, mas a história não está nem aí para isso.

Por Charles Carmo.

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