Tá na internet: Estamos numa ditadura fascista (Por Kátia Freitas)


Sinto dizer-lhes, meus caros. Estamos numa ditadura fascista. Nossa jovem e insegura democracia está morta.

Nenhum dos três poderes respeita a constituição. Estão todos corrompidos, carcomidos, investidos de cinismo e arrogância, com o apoio, infelizmente, de muitos.

O Judiciário, depostas as máscaras de ética e justiça, sob vistas de qualquer um, expõe sua face indecorosa, desfilando impunemente sob o manto escuro de suas togas. 


O Legislativo, tomado por bancadas gananciosas, truculentas, ignorantes, enche a pança, tramando e comercializando descaradamente seus votos. 

O Executivo, com performance mítica, estende seu protagonismo beócio e autoritário aos seus filhos, e juntos dizem e fazem o que bem entendem.

As raras exceções deste trágico cenário político são ameaçadas, perseguidas, demitidas, expulsas, encarceradas, assassinadas.

Os direitos do povo são diariamente desrespeitados, desprezados, suprimidos.

O Estado laico torna-se terrivelmente fundamentalista.

Autorizados, os tratores avançam sobre os povos originários e as florestas.

A saúde, a educação, a ciência e a cultura são mortalmente atacadas, num claro projeto higienista, de controle dos corpos e de homogeneização do pensamento.

A violência contra as minorias é incentivada e cresce, regada a escárnio e banalização.

A miséria e a precarização do trabalho reacendem a escravidão, que, de fato, jamais foi banida.

A subserviência e o entreguismo ao capital estrangeiro reafirmam a nossa condição colonial.

O crime, organizado, municiado e institucionalizado, toma de assalto as rédeas do país.
Sob o ataque virtual de robôs e de bombásticas notícias falsas, deixamo-nos enredar pela guerra midiática, alguns crédulos, outros perplexos, todos apáticos e adoecidos.

As vozes críticas, mesmo aquelas mais afinadas com os propósitos deste governo, são vigiadas e pouco a pouco silenciadas.

O deboche, linguagem eleita para o serviço sujo, desenha personagens de uma vilania tão caricata e cativante, que vamos nos acostumando a rir de seus atos maléficos.

Vivemos tempos cruéis. E o pior já se aproxima. Se você ainda não percebeu, logo vai perceber. Se isto não lhe afeta, provavelmente afetará um dos seus.

Ninguém, ninguém está a salvo das botas que se posicionam sorrateiramente sobre nossas cabeças. Tão sutis quanto mortais."

Por Kátia Freitas.

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