Eu estava lendo as notícias desta manhã quando li a informação
de que o Paulo Henrique Amorim tinha morrido. O choque na hora foi grande. Foi
como se um parente próximo, daqueles que eu mais gosto tivesse deixado esse
plano em direção a um outro sem se despedir.
Eu conheci PHA através da televisão, na Globo. Lembro de o
ver, ainda em Nova Iorque, fazendo as suas transmissões para o jornalismo.
Depois o conheci pessoalmente em um evento na Câmara de Vereadores de São
Paulo, onde estive para palestrar e ele fez parte da mesa de abertura do
encontro estadual de Blogueiros.
E foi entre os progressistas da mídia alternativa que pude ver de perto a sua
solidariedade com todos. Quando perguntado sobre a definição de Blogueiro Sujo, ele disse, "na campanha
presidencial de 2010. O candidato que no meu Site Conversa Afiada eu chamo de
“Padim Pade Cerra”. Porque ele incorporou alguns elementos de misticismo e nos
identificou como “Sujos”. Existe os blogueiros limpos, que são aqueles que
estão pendurados na Folha, Globo, G1, Estadão, estes são limpos e os outros são
sujos, é uma divisão muito simples, muito tosca. Nós somos mídia alternativa
porque nós não estamos pendurados em lugar nenhum". Para ele era motivo de orgulho ser definido desta forma. ele estava entre os seus e não capitulou jamais ao sistema..
Em Salvador, quando do encontro nacional de Blogueiros e
Ativistas Digitais em maio de 2012, pude entrevistar o PHA. Consegui através do
Jornalista e amigo Emiliano José. Naquele dia descobri duas coisas
interessantes. A primeira foi que ele defendia que não seria necessário, para
ser um Jornalista, ter que frequentar a faculdade. Não que defendesse não se
estudar para tal, mas que um bom Jornalista não necessariamente sai da
academia. A segunda, que ele se alto definia como, “varguista”, “janguista”, “brizolista”, “lulista”. Ele amava a Bahia. Sua esposa é baiana e para ele era
motivo para se sentir ainda melhor pelas terras do Axé.
Paulo Henrique nos deixa em um momento em que o Brasil
precisa, como nunca, do bom Jornalismo, feito por quem tem a missão de falar a
verdade, de denunciar as práticas nadas republicanas na política e na justiça.
A morte desse grande comunicador fará falta e já não poderemos ouvir seu, “Olá,
tudo bem?” e ao se despedir, “boa noite, boa sorte” que nos embalava nas
noites. Ficamos agora com o seu legado, que mostrará para os futuros estudantes
de comunicação ou os autodidatas do bom Jornalismo como levar uma informação ao
grande público.
Mesmo trabalhando na Rede Record de Televisão, que é hoje
ligada umbilicalmente ao governo de Bolsonaro, PHA em seu Site nunca deixou de
expressar a sua opinião. Se na TV ele não tinha espaço para mostrar a Vaza
Jato, em seu espaço falava de tudo e sobre tudo sem medo de ser feliz.
Hoje perde a TV, perde o rádio, perde a internet. Hoje o
luto não é só porque Paulo Henrique partiu, o luto hoje é porque morreu um dos
maiores Jornalista e comunicador do Brasil.
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