Interceptações telefônicas realizadas pela Polícia Federal do senador afastado Aécio Neves e da irmã dele, Andréa Neves, mostram que os dois ficaram irritados com o secretário-chefe da Casa Civil do Paraná, Valdir Rossoni.
No primeiro telefonema, Andréa liga para Aécio para revelar que Rossoni se diz decepcionado ao ver o nome do senador citado nas delações de executivos do Grupo Odebrecht.
Andrea Neves – Oi
Aécio Neves – Fala
Andrea Neves – É o seguinte: tem um cara babaca do Paraná, que postou, já tá no Uol, lá do Uol do Paraná… Um cara, não sei, acho que secretário do Richa, de que… dando notícia de que você tem conta no exterior, que se você for preso , que ele vai te visitar na cadeia, entendeu? Alô?
Aécio – Hã.
Andrea Neves – Aí, a matéria é “Secretariado já considera…”, entendeu? Babaca!
Aécio Neves – Pois é.
Andrea Neves – Então mandei aí, para você dar uma lida, assim que ligar no Richa, esse cara tem que apagar esse troço, colocar um pedido de desculpa. Até mandei uma sugestão aí.
Aécio Neves – Como é o nome do cara, hein?
Andrea Neves – Tá aí no seu WhatsApp, aí.
Após descobrir do que se tratava, Aécio se irritou e entrou em contato com Richa, para que ele obrigasse Rossoni a se retratar sobre o vídeo.
Truculência e perseguições
O tom de Andréa Neves ao tratar do secretário de Richa reforça a tese de que imperava um estado de censura e de perseguição em Minas Gerais na época em que Aécio governou o estado.
Segundo denúncias de dezenas de jornalistas mineiros, Andréa controlava de perto tudo o que era publicado por jornais e portais e tudo o que era transmitido por emissoras de rádio e tevê.
Com ameaças diversificadas e sempre exercendo postura autoritária, Andréa conseguiu que toda a mídia mineira parasse de veicular qualquer pauta negativa relacionada ao seu irmão.
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