A HORA É DE ENFRENTAMENTO DURO, DURÍSSIMO. (Por Francisco Costa)


Pela maneira como venho radicalizando o meu discurso, sei que venho angariando antipatia, não faz mal, não sou candidato a nada, nem me pretendo premiado ou tietado, o meu compromisso é com a minha consciência.
Recapitulemos a semana que passou: Temer foi ao exterior e quando não foi ignorado pelos anfitriões tomou esporro, pelo desmatamento e a corrupção; cometeu gafes primárias; os peritos da Polícia Federal atestaram que não houve edição na gravação do telefonema havido entre ele e Joesley Batista, que culminou numa mala com quinhentos mil reais nas mãos do seu operador na corrupção (tive acesso a um trecho mínimo do relatório – Tijolaço -, é demolidor, o Jaburu virou point de encontro de bandidos); Gilmar Mendes foi “sorteado” investigador do parceiro Aécio Neves, que teve o processo de cassação arquivado, no Senado; Moro soltou Adriana Anselmo, mulher de Sérgio Cabral, que comprou, para lavar dinheiro roubado, quase cento e cinqüenta jóias das mais caras do mundo (só uma delas custou um valor maior que o do triplex que a gang de Curitiba atribui a Lula), o General Villas Bôas, um nacionalista, deu entrevista, quase deixando claro que vai para a reforma e Temer já tem engatilhado um general golpista, para substituí-lo no comando do Exército...
E começou esta semana, com Moro sentenciando Palocci a doze anos de cadeia em regime fechado, um aperitivo-teste, para estudar a reação popular e ver a conveniência ou não de oferecer a refeição principal: Lula (já vazou, embora ninguém tenha assumido, que Moro vai dar 22 anos de cadeia ao ex presidente); depois de um helicóptero com meia tonelada de pasta de cocaína, que até os vira latas dos lixões sabem ser de Aécio e Perrela, agora um bimotor com mais meia tonelada, e de um dos ministros de Temer, o da agricultura, o responsável pela Operação Carne Fraca, que já nos causou prejuízo de bilhões, na medida em que reconduziu aos cargos todos os funcionários corruptos que Dilma demitiu ou se recusou a nomear, no Paraná (tudo lá).
Razoavelmente informado, não sei de nenhuma época na nossa História, incluindo-se o Brasil Colônia e o Brasil Império onde tivesse havido tanta promiscuidade, tanta baixaria, tanta bandalheira, nos padrões mais reles, que nem mesmo os bandidos comuns, de facções, ousam. São mais éticos e têm mais vergonha na cara.
Enquanto isso, o chefe da quadrilha passou o fim de semana em seguidas reuniões palacianas, não para criar estratégias de defesa, não para buscar álibis que o inocentem, mas para comprar deputados, em dinheiro, cargos comissionados, verbas de representação, empregos nas estatais... Para que não permitam que seja investigado.
E a militância, e a parte consciente do povo, e os que têm capacidade e força para influir?
De mimimis, chororôs e blábláblás nas redes sociais, divididos entre Diretas Já e Volta Dilma, uma utopia que faz a catarse de alguns e promove outros a candidatos a deputados; transformando um incidente com um ator (companheiro sim, progressista sim) em assunto mais importante do momento; fazendo enquetes: “se as eleições fossem hoje em quem você votaria?”; gastando tempo, espaço e energia com personagens menores, tipo Bolsonaro, uma maneira de promovê-los.
Estamos a pouco mais de setenta e duas horas de uma greve geral, ou que se pretende geral, e quantas postagens vejo trabalhando isso? Quanta gente com megafones nas portas das fábricas? Quantos carros de som e comícios relâmpagos nos centros comerciais das grandes cidades? Quantos pronunciamentos das direções dos partidos de esquerda?
Temer pode não cair, porque é um ladrão de confiança do mercado, ou poderá cair, assumindo Rodrigo Maia, do Dem.
Sintomaticamente, as raposas do Dem, estão caladas, quietas, prontas para o bote. Alguém tem ouvido falar em Caiado, Agripino Maia? O fascismo está de prontidão, pronto para assumir e, como bom herdeiro da Ditadura Militar, da ARENA, fechar o regime, que já é ditatorial.
Ou partimos para uma autocrítica, nos reposicionando na prática, ou, depois de Temer não ser investigado, continuar promovendo as reformas em curso, e com Lula na cela ao lado de Palocci, continuaremos com os nossos mimimis, chororôs e blábláblás, entre postagens de gatinhos, versículos, fazendo enquetes perguntando se as eleições fossem amanhã em quem você voltaria ou fazendo as conseqüências de um porre virar tragédia nacional, para regalo e conforto dos golpistas, fascistas, ladrões, mercenários e congêneres.
Alguém tinha que falar. Pronto, falei!
E se o preço disso é a antipatia, que seja bem vinda, a minha consciência agradece.

Por Francisco Costa.

Um comentário:

Unknown disse...

ruas e enfrentanento do que vir arrancando o temer de lá, nem que haja derramanento de sangue, este é o nosso ônus a pagar por um Brasil descente, fora disto eu não acredito em mais nada!