Estamos vivendo tempos difíceis no nosso país. Acredito que a crise é mais política do que econômica.
Mas a história se repete meus amigos. Sempre que um governo implementa políticas públicas para atender aos interesses das camadas mais populares, a elite reage ferozmente contra esse tipo de governo. Eis aqui alguns exemplos:
Durante a República Romana Tibério Graco foi assassinado, pelos senadores, simplesmente porque propôs uma reforma agrária, com o objetivo de conter a crise dos pequenos agricultores e o êxodo rural. Esse mesmo senado, mais tarde, fez uma aliança com os militares, a fim de manterem seus privilégios e combater a reação popular. Era o fim da República Romana.
Na França, com medo de que os Jacobinos retornassem ao poder, os Girondinos fizeram uma aliança com Napoleão Bonaparte, que assumiria o poder e com as forças das armas, afastava de vez a ameaça jacobina e popular e garantia os privilégios da elite Girondina. Esse acordo se tornou real com o Golpe 18 Brumário em que Napoleão assume o poder na França e garantiu as conquistas burguesas.
No Brasil da década de 1960, após a conturbada eleição de Jânio Quadros e logo depois a sua renúncia, o país mergulhou em a crise sucessória em torno do vice João Goulart, que na época era ligado ao PTB, partido criado por Getúlio e tinha como meta a garantia dos direitos dos trabalhadores.
As classes conservadoras não queriam de jeito nenhum Jango na presidência.
Após uma breve experiência parlamentarista, o povo decide através de um plebiscito o retorno ao presidencialismo.
Jango assume com plenos poderes e anuncia às Reformas de Base, nesse momento a elite mais conservadora desse país, representados pela highsocity de São Paulo, pela ala conservadora da igreja católica, pela alta burguesia e pelos militares reagiram a possibilidade de reformas populares ser implantadas no Brasil. O medo de perto privilégios era grande, então com o apoio da imprensa golpista da época, incluindo as organizações do senhor Roberto Marinho e com o apoio irrestrito de Washington, o Golpe Militar aconteceu e mergulhados em mais de duas décadas de uma ditadura infame e sanguinário.
Portanto, meu caro leitor, estamos vivendo um momento tão delicado quanto os que viveram na década de 60 e com um agravante, a possibilidade de um extremista assumir o poder. Diante da história precisamos assumir o nosso papel e lutar, nas mais diversas frentes para que o mal não se repita.
Euclides Tavares - Professor de História.
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