A ofensiva não começou agora. Em outubro, os EUA realizaram
o primeiro ataque no Pacífico dentro da campanha antinarcóticos, com mortes
registradas, após sete bombardeios no Caribe, autoridades da Colômbia e da
Venezuela reagiram publicamente, denunciando violação de soberania e risco de
desestabilização hemisférica. O pacote militar atual, porta-aviões, fragatas e
marines, sinaliza uma operação de longo tempo, com impacto geopolítico além da
retórica de “narcoterrorismo”.
Vozes críticas na América Latina já tratam a estratégia como
intervenção disfarçada e em discurso recente, Lula condenou “intervenções
ilegais” e alertou que democracias não combatem o crime violando o direito
internacional, recado direto ao recrudescimento militar no Caribe e Pacífico
sob Trump. À luz dos fatos, cresce a leitura de que o pretexto antidrogas
mascara objetivos geopolíticos e econômicos, reacendendo um ciclo de coerção
armado na região.
Os Estados Unidos podem ser definidos como os novos piratas
modernos porque utilizam seu poderio militar para saquear riquezas sob
justificativas frágeis, repetindo práticas coloniais em pleno século XXI. O
governo Trump alega o combate ao narcotráfico, mas segundo reportagem do G1
(08/11/2025), o verdadeiro objetivo seria pressionar e enfraquecer o governo da
Venezuela, país rico em petróleo. Em pouco mais de um mês, os EUA atacaram 18
embarcações na região, deixando ao menos 70 mortos, conforme dados divulgados
pela imprensa internacional. Essa ofensiva, apresentada como “guerra contra
narcoterroristas”, repete o padrão visto no Iraque, na Líbia e na Síria com
invasões travestidas de defesa da democracia, mas que resultaram em pilhagem de
recursos naturais e desestabilização política. O termo “piratas” não é apenas
metáfora, mas descrição de uma prática sistemática de apropriação violenta de
riquezas alheias, agora com porta-aviões em vez de navios corsários.

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