Bahia irá sediar o Fórum Social Mundial em 2018.

Aconteceu em 26 e 27 de maio em Salvador (BA), o Seminário Nacional “Movimentos brasileiros em diálogo – Um Fórum Social Mundial na Bahia é possível?”, do qual participou o presidente do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz), Antônio Barreto. A candidatura do estado para sediar o próximo FSM, promovida por diversos movimentos, redes e outras entidades sociais, foi bem sucedida, com a decisão pela realização do evento internacional de convergência em Salvador, de 13 a 17 de março de 2018.
O lema da edição de 2018 do FSM será “Resistir e Criar, Resistir e Transformar”, conta Barreto. Na declaração de candidatura de Salvador, o Coletivo Baiano fez a proposta de construção do evento mundial enquadrando-a na análise da atual conjuntura internacional, regional e nacional, destacando a crise sistêmica e as ofensivas diversas, dentre as quais, o golpe de Estado no Brasil.
“Resistir é criar. É provocar o novo, em busca da retomada do pensamento e das práticas utópicas como também da mudança do curso da história. As organizações e movimentos baianos estão cientes da ousadia da sua proposta,” afirmou o Coletivo, na declaração.
O Comitê Nacional será composto por seis entidades do Coletivo Baiano, oito entidades nacionais e seis entidades do Comitê Internacional. O Cebrapaz deverá fazer parte do Comitê Nacional, a ser formalizado nos próximos dias. O Seminário também decidiu pela criação de coletivos de organização do FSM em todos os estados.
“O reitor da Universidade Federal da Bahia (UFBA), João Carlos Salles, participou do Seminário e reafirmou a disponibilidade da Universidade para o FSM, assim como o Governo do estado, que se comprometeu a ajudar na realização do evento,” diz Barreto.
De acordo com Liége Rocha, que integra o Comitê Internacional e a Direção da União Brasileira de Mulheres (UBM) e também participou do seminário, um dos temas de destaque tem sido a busca por renovação do Fórum, “num momento de efervescência no movimento social, um momento importante para isso.”
Em entrevista ao portal do PCdoB na Bahia, Liége falou da necessidade de incorporar mais movimentos ao FSM. “No início, por exemplo, ele não permitia a participação dos partidos políticos. No fórum de Belém, nós tivemos os presidentes dos países da América Latina, [Hugo] Cháves, Evo Morales, Rafael Correa. Esse é o momento de romper resistências e de unir forças para resistir.”
Outros convidados para gerir o Seminário foram Rita Freire, ex-presidenta do Conselho da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC) e Fórum Mundial de Mídia Livre; Mauri Cruz, diretor executivo da Associação Brasileira de ONGs (Abong); Rogério Pantoja, diretor nacional da CUT-Brasil; Gilberto Leal, diretor nacional da Coordenação de Entidades Negras / Brasil (CONEN).
A possibilidade de a Bahia sediar o próximo FSM foi validada pelo Comitê Internacional em janeiro deste ano, no Fórum Social das Resistências, em Porto Alegre, em que o Cebrapaz foi representado pela vice-presidenta Jussara Cony e outros membros.

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