Todavia, as chuvas torrenciais que chegaram antes das “águas de março” em vários estados do Brasil trouxeram grande devastação ambiental, destruição de inúmeras cidades, mortes de centenas de pessoas e sequelas imensuráveis econômicas, psicossomáticas e irreparáveis para os sobreviventes e seus familiares, além do pânico generalizado nos ribeirinhos fluviais. Em Paulo Afonso, ilhada e abaixo do nível das águas do “Velho Chico”, apreensão e medo ainda persistem em seus munícipes e as fake News propagadas por alguns apedeutas corroboram, infelizmente, para insuflar especulações estapafúrdias na população.
Mas, segundo o engenheiro Francisco de Souza, popularmente conhecido por “Dr. Chico do Concreto”, em seu livro, Memórias de um Pioneiro, (Ideia – João Pessoa – 2017), p. 64 a 66, “o sistema hidráulico de Paulo Afonso foi projetado para suportar uma vazão de 33.000 metros cúbicos por segundo, para o caso de haver uma cheia decamilenar (maior cheia no período de dez mil anos). Com o surgimento da usina PA IV, foi construído um vertedouro com condições de extravasar mais 7.000 metros cúbicos por segundo. Com isso, a vazão do sistema hidráulico como um todo foi ampliada, ficando com capacidade de resolver eventuais problemas provocados por grandes cheias”. O maior volume d’água observado pelo escritor/engenheiro ao serpentear pelo Cannyon do rio foi de 14.000 metros cúbicos por segundo, em 1979.
Neste contexto, a melhor maneira de agradecer pela beleza e
segurança desta maravilhosa e inesquecível Cachoeira de Paulo Afonso, é,
indubitavelmente, apreciá-la plenamente!
EPIDAURO PAMPLONA
VOCABULÁRIO:
Quintessência = requinte ou perfeição
Apedeuta = ignorante ou sem instrução
Psicossomática = da mente e do corpo
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